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Moradores da Baiana reclamam da falta de iluminação nos becos e ruas da comunidade

Quando começa a cair a noite, um problema antigo no Morro da Baiana chama a atenção dos moradores: a escuridão

Por volta das 19 horas, na maioria dos becos, a visibilidade só é possível devido à luz das próprias casas. São poucos os acessos que possuem postes e, ainda por cima, alguns estão com lâmpadas queimadas, dificultando o caminho de quem chega tarde à comunidade.

A falta de iluminação nos becos do morro da Baiana é motivo de recorrentes reclamações dos moradores há algum tempo. O morador Luiz Paulo Santos, 52, lembra que esse problema começou logo após as obras do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento – pouco antes da Pacificação; e ressalta que as crianças são as mais prejudicadas. “Depois da Pacificação e das obras do teleférico, os becos ficaram escuros. Meu filho já caiu brincando e outras crianças também”, relata. Luiz Paulo acrescenta que já trocou a porta de lugar em virtude desse problema e que, muitas vezes, teve que usar lanternas durante a noite para evitar um acidente. ”Tem gente que precisa das luzes: aqui tem senhoras de idade, gestantes e crianças que, às vezes, querem brincar na rua quando a noite está fresquinha, e não podem fazer isso porque fica uma escuridão total. Nesta época em que vivemos, isso é muito perigoso”.

Eu deixo sempre a luz acesa, mas estou preocupado sobre o valor da conta de luz no mês seguinte”. - Foto: Renato Moura
“Eu deixo sempre a luz acesa, mas estou preocupado sobre o valor da conta de luz no mês seguinte”. – Foto: Renato Moura

A alternativa, muitas vezes, é improvisar e usar a criatividade. Assim ocorre com o autônomo Imair Roberto, de 67 anos. Para se sentir um pouco mais seguro, já que vive sozinho, o morador deixa uma luz acesa em um dos quartos da casa.

Cobrança sem serviço

Seu Imair afirma ainda que todos os meses a taxa de iluminação vem sendo cobrada e paga por ele, mesmo sem a execução do serviço. “Isso não falha. Os valores são cobrados todos os meses”, enfatiza. De acordo com ele, os órgãos competentes já foram informados do problema; contudo, até o momento, nada parece ter sido feito para melhorar ou resolver de vez essa situação.
De acordo com a Associação de Moradores da Baiana, na quinta-feira, 31 de março, funcionários da Rio Luz estiveram no local para fazer a manutenção e só foi possível concluir as três fases do projeto devido à insistência do irmão do presidente da Associação, Alex Sandro Santos. Segundo Alex, mesmo depois da visita, o problema persiste. “Eles vieram na quinta passada com uma certa má vontade, trocaram alguns relógios antigos por novos, mas continua a mesma coisa”, reclama.

O presidente da Associação de Moradores, Renato Rolim dos Santos, conta que a Rio Luz apresentou um novo projeto, mas que não cumpriu. “As ruas Clóvis da Silva e César de França são as mais críticas, fizeram o reparo, mas ainda há muitos pontos sem iluminação adequada. Não nos deram previsão de quando voltarão para resolver esse problema que há muito tempo vem incomodando os moradores”. Ele destaca que uma parte dos moradores, os que já possuem relógios novos, paga a taxa de iluminação pública todo mês. A Rio Luz, através do funcionário Luiz Américo alega que a responsabilidade pela implantação de novos postes é da Light, e que a Rio Luz apenas faz a manutenção dos que já estão funcionando.

Ele afirma ainda que a falta de luz é consequência do aumento de ligações clandestinas de energia na comunidade. “Contamos com vocês para que seja feito algum trabalho de conscientização dos moradores”. O gato de luz que o morador faz para o bene cio próprio implica diretamente no prejuízo de toda uma comunidade”.

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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