Hoje, quarta-feira (13), fazem 364 dias. A partir de amanhã, um ano. São doze meses sem saber quem mandou matar a ex-vereadora do município do Rio de Janeiro, Marielle Franco, e o motorista que a acompanhava, Anderson Gomes. O passar das datas e a constante lembrança sobre a não-solução do caso são dois fatores – quase que – imbatíveis do costume com a impunidade. Cada dia a mais nessa contagem e a ausência de qualquer sentido factual, que vá além de meia-respostas, para a execução de Marielle e Anderson faz com que ela esvazie-se de pesar, o que deve angustiar seus entes queridos. A mensagem final é de que, para a sociedade, vidas pretas e faveladas realmente não importam.
Mas nem só pela dor deve ser lembrado o dia 14 de março, data de nascimento de duas importantes figuras para o movimento negro brasileiro: Carolina Maria de Jesus e Abdias Nascimento. É por isso que o Instituto de Pesquisas e Estudos Afro-Brasileiros (IPEAFRO) realiza, nesta quinta-feira (14), o evento ‘Carolina, Abdias e Marielle: Vidas, Ancestralidade e Continuação’. A celebração busca reforçar o legado dessas 3 personalidades marcadas pelo mesmo dia, buscando incentivar a continuidade de suas lutas. Serão dois dias de evento com direito a um tributo às parlamentares eleitas que continuam o trabalho de Marielle (Talíria Petrone, Mônica Francisco, Dani Monteiro e Renata Souza), à inauguração da exposição ‘Abdias Nascimento, Arte de um Guerreiro’, à entrega do Troféu IPEAFRO Sankofa para a família de Marielle e muito mais.
‘Carolina, Abdias e Marielle: Vidas, Ancestralidade e Continuação’ acontece no Centro de Artes da Maré (Rua Bittencourt Sampaio, 181), a partir das 14h. A entrada é gratuita.
As fatais consequências provam que Marielle nunca se calou. É isso o que a Frente Ampla de Resistência Democrática – Zona Oeste Rio não quer que seja esquecido, por meio do ‘Ato das Mulheres da Zona Oeste’. O sábado (16) foi o dia escolhido para a manifestação, que acontece pela vida das mulheres, em busca de justiça por Marielle e contra Bolsonaro e sua reforma da previdência. O ato procura seguir e reforçar a importância das lutas e sacrifícios feitos por mulheres do passado para que as de hoje tenham seus direitos, declarando-se feminista e antirracista.
A manifestação acontece no Calçadão de Campo Grande (em frente à Superlar), a partir das 9h.
Marielle Franco era uma mulher, preta, lésbica e favelada, que tinha como um de seus principais focos criar espaços de paz e bem-estar para minorias sociais. No sábado (16), também acontece o ‘Slam das Minas RJ #02: Verão para todos os corpos’. Fruto de uma parceria entre o grupo de poesia Slam das Minas RJ e a Escola de Artes Visuais do Parque Lage, o evento quer discutir as questões sobre pressão estética e gordofobia que o verão traz consigo. Mas essa discussão parte de um ponto de vista diferente: as protagonistas são mulheres gordas e poderosas. Na programação estão uma mesa de debate, a batalha de poesia, oficina de Afrofunk com Taísa Machado, show de Carol Dall Farra, entre outras atrações.
O ‘Slam das Minas RJ #02: Verão para todos os corpos’ acontece no Parque Lage (Rua Jardim Botânico, 414), a partir das 15h. A entrada é gratuita.
Já que Marielle foi semente, é importante cuidar das gerações que serão o futuro da sociedade. Representatividade negra, contação de histórias, cinema e cortejo musical, isto será o ‘Kekere – Uma tarde brincante’. Marcado para acontecer no domingo (17), o evento é voltado para o público infantil e tem como maior característica oferecer referências afro para as crianças. Dentre os convidados confirmados estão os coletivos Iba Omi e Ayó Encontro Negro de Contação de Histórias, o músico Carlos Carvalho, para o cortejo Afro-Lúdico, e o diretor Luciano Vidigal, através de seu filme ‘Lá do Alto’.
O ‘Kekere – Uma tarde brincante’ acontece no Centro Afrocarioca de Cinema Zózimo Bulbul (Rua Joaquim Silva, 40 – Lapa), a partir das 14h. A entrada é gratuita.