Texto: Barbara Machado | Fotos: Igor Albuquerque
Material produzido para o jornal impresso do Voz das Comunidades – Edição de Março/2023
A rede estadual de ensino do Rio de Janeiro, responsável pela educação de nível médio, registrou 80 mil alunos fora da sala de aula, em 2021. De acordo com dados do IBGE e da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), divulgados em 2018 e 2020, jovens negros são a maioria.
Como a questão da renda é um fator importante para os alunos de favelas, qualquer atividade remunerada que eles exerçam é posta à frente da escola. O que também motiva a desconexão entre os interesses dos jovens e o currículo pedagógico é a falta de estrutura das unidades de ensino, a gravidez precoce, a violência no local de moradia e estudo, o preconceito com alunos LGBTQIA+, entre outros.
Em 2022, a Secretaria de Educação do Estado do Rio de Janeiro (SEEDUC), através do decreto nº 5.820, desenvolveu o projeto busca ativa nas escolas com alto índice de evasão, infrequência e baixo aproveitamento de ensino.
De acordo com Adilson Severo, educador em um colégio no Vidigal e morador da favela da Rocinha, é preciso implementar políticas públicas de longo prazo, políticas sólidas de Estado e não de um ou outro governante, que serão descontinuadas com o término do mandato.
A equipe do Voz das Comunidades entrou em contato com a Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro. Em nota, a secretaria informou que realiza regularmente a divulgação das datas e prazos para realização das matrículas na rede estadual de ensino, assim como esclarece sobre as modalidades de ensino ofertadas nas unidades escolares. Por fim, afirmou que, através do programa Busca Ativa, trabalha visando o enfrentamento de situações de infrequência, o fortalecimento do vínculo estudante-escola e o resgate dos estudantes em situação de potencial ou efetivo abandono escolar.