Era uma vez um vagalume que nasceu em uma pequena vila de insetos… Naquela vila havia uma lenda de que o vagalume que chegasse na lamparina no telhado da casa no topo do penhasco, roubaria toda aquela luz para si e se tornaria o vagalume mais brilhante de todos… O pequeno vagalume sonhou dia após dia em chegar naquela lamparina… Era valente, corajoso, mas ambicioso.
Os vagalumes mais velhos o aconselhavam a desistir da ideia, pois todos os que tentaram, nunca mais voltaram… Mas, o vagalume não desistiria, e considerava o mundo à sua volta medíocre. Eis que chegou o grande momento, e o vagalume, sentindo-se preparado, partiu para o topo do penhasco, a noite, mesmo com medo dos pássaros, morcegos e aranhas… A jornada foi difícil, mas eis que o vagalume, já exausto, chega na lamparina resplandecente e pensa: Finalmente serei o vagalume mais brilhante da vila! Porém, nós sabemos o que acontece com os vagalumes que tocam na lamparina, eles morrem… queimados? Não, morrem de angústia.
Quando o vagalume tocou na lamparina sentiu um forte tremelique, a eletricidade passando pelo corpo… e com todo seu cansaço e os sentidos estimulados pelo brilho intenso da lâmpada, ficou desnorteado e pensou que toda aquela luz já estava fazendo efeito em seu corpo… Foi quando ele decidiu pousar no topo acolhedor do telhado da casa para descansar um pouco antes de voltar… E chegando lá, viu algo que não podia imaginar… Uma cidade inteira… Cassinos, letreiros, holofotes, prédios comerciais imensos, luzes incríveis que faziam da luz da lamparina mera faísca… Pensou que os carros eram vagalumes superluminosos a voar pelas ruas…
E sentindo-se nada depois de tentar de tudo para ser o maior de sua vila, com suas asas sem ânimo para voar para a distante cidade ou qualquer direção… eis que o vagalume, desiludido, se jogou do topo do telhado e morreu. A cidade por sua vez invejava a lua, a lua invejava o sol, o sol invejava a galáxia, a galáxia invejava o universo e o universo invejava a Deus…
Moral: Sempre haverá quem brilhe mais e quem brilhe menos que você… Mas, se você viver para que os outros admirem seu brilho, será o único, talvez, que não se admirará nunca…