Marcus Vinicius Faustini, carioca de 38 anos, é diretor teatral, cineasta e atual Secretário de Cultura de Nova Iguaçu. Cresceu na Zona Oeste do Rio de janeiro em Santa Cruz no conjunto habitacional Cesarão. Criou o projeto Reperiferia, a Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu. Nos anos 80 conciliava o teatro amador com outras atividades. Foi vice-presidente da AMES (Associação Municipal de Estudantes Secundaristas) sendo um dos principais lideres estudantis da época na conquista do passe livre como noticiaram os jornais. Nos anos 90 formou-se pela Escola de Teatro Martins Pena.
O livro se chama Guia afetivo da periferia porque é o olhar de um moleque que circula a cidade. Eu fiz dois paralelos: com o Guia sentimental do Recife, do Gilberto Freyre e o Guia da cidade de Lisboa, de Fernando Pessoa, que andam pela rua e falam da cidade deles. E também, por outro lado, com Memórias sentimentais de João Miramar, de Oswald de Andrade. Eu quis fazer um paralelo de linguagens. São três grandes capítulos e neles tem pequenos pensamentos do personagem.
É uma tentativa de criar uma expressão estética na literatura e não de descrição apenas de sobrevivência. Geralmente quando você vai escrever sobre as periferias, colocam sempre o personagem popular no campo da luta pela sobrevivência ou da marginalidade. Aqui é a cabeça de um moleque observando o Rio de Janeiro. É a cidade dentro dele e ele dentro da cidade. E as memórias dele se tornam um instrumento de ação. Me preocupa muito essa idéia no país de que só o personagem de classe média tem direito à memória. Só existe política pública a partir da memória. Nós temos que trazer a memória para o campo popular e não só a discussão do presente, do cotidiano.
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