O projeto que prevê uma educação sem partido tem o objetivo de tornar a escola um espaço único, padronizado, onde professores não poderiam expressar suas opiniões e as discussões sobre gênero, sexualidade, política, cidadania, discriminação não poderiam ser abordadas em sala. O professor deveria ser neutro, mas neutralidade existe?
Neutralidade não existe. Você pode até tentar não se posicionar, não transparecer o que está sentindo, não querer que o outro saiba o que está pensando, mas não tem jeito, o que borbulha dentro de você pode ser passado para o outro até inconscientemente. Não podemos estar presentes em um lugar e pensarmos que não estamos afetando esse espaço ou sendo afetado por ele, as respostas que nosso corpo produz é instintiva algumas vezes.
A escola já e um lugar desacreditado pela sociedade, possui pouco ou quase nada de espaço a criatividade, a potência do aluno, é fácil tornar-se um “aluno problema”. A escola sem partido apenas iria reforçar e piorar esse modelo padronizado já existente. O número de jovens que abandonam a escola, que não estão no ano correspondente a idade é enorme, vivemos um modelo escolar do século passado que não mais se encaixa no mundo atual. O “problema” pode tornar-se uma genialidade.
Os professores são trabalhadores que lutam contra a corrente diariamente, estão frente a frente com o futuro do nosso país, são mal remunerados diante da grande responsabilidade que tem em suas mãos. Se não puderem trazer para a aula o que se vive no mundo, do que vale a escola?
Se a sua preocupação for o fato do seu filho ser influenciado pelas ideais do professor, te digo que talvez ele possa saber bem mais com o acesso as tecnologias e provavelmente, ele terá um professor com ideias opostas no próximo ano. Nosso mundo é plural e ter que lidar com as diferenças faz com que entremos em contato com nós mesmos.
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