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Emicida invade a São Paulo Fashion Week com um desfile cheio de representatividade

“Fiz com a passarela o que eles fez com a cadeia e com a favela. Enchi de preto”.

 

Na última segunda-feira (24/8), começou a 42ª semana de moda de São Paulo que trouxe um show de representatividade para as passarelas com o Laboratório Fantasma. O São Paulo Fashion Week, maior evento de moda da América Latina, apresentou em seu primeiro dia de desfile a marca de Emicida e seu irmão, Fióti, com um casting fora do padrão; composto por modelos negros, brancos, gordos, magros, mulheres, homens, gays e héteros. O desfile ainda teve presenças como a de Seu Jorge e Ellen Oléria ao som da música de Emicida apresentando a diversidade de cores, gêneros e corpos que cabem no mesmo estilo.  

Quebrando o paradigma do mundo da moda, a marca “é inspirada nas ruas, com um olhar que parte de um outro Brasil, que discorda e desafia os padrões impostos por uma sociedade com a qual não concorda”. Por isso, a coleção tem como objetivo atender ao maior número de pessoas com modelagens até o tamanho 5G e com itens que vestem homens e mulheres. “O importante pra gente é a rua, é quem anda por aí de verdade”, contou o estilista da coleção apresentada, João Pimenta, em entrevista ao portal Uol.

Para o SPFW, o LAB estreou a Coleção Yasuke que tem inspiração na figura de um samurai negro, e que mistura o Oriente com a África, onde a figura do guerreiro une a força e a vibração do povo negro à determinação e ao espírito de luta dos samurais. O resultado são peças que trazem estampas de origamis e ideogramas japoneses misturadas às clássicas frases das músicas de Emicida.

Yasuke é um personagem importantíssimo, que assim como o LAB representa a quebra de paradigmas e estereótipos.  O Brasil possui a maior comunidade de japoneses fora do Japão e é o país que mais tem preto fora da África. Não existe lugar melhor no mundo para que essa homenagem aconteça”, descreve Emicida no vídeo divulgado pelo youtube do Laboratório Fantasma.

Além das passarelas, o LAB também trouxe a representatividade para backstage do São Paulo Fashion Week como a única marca de empresários negros. Criada em 2009 como um selo/gravadora direcionada a promover artistas de hip hop e rap, o Laboratório Fantasma posteriormente começou a investir em criação de peças estampadas com frases das músicas do Emicida que eram vendidas após os shows. Com sete anos de sucesso a marca ganhou o cenário do rap e hip hop nacional e com mais de 60 lojas pelo Brasil comercializa camisetas, bonés, entre demais peças, com frases populares “A Rua é Noiz”, “I Love Quebrada” e “O hip hop salvou minha vida”.

A coleção Yasuke está em pré-venda na loja virtual do LAB e estará disponível a partir de 7 de novembro por todo o país e, claro, em stands dos shows de Emicida – onde toda a história começou.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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