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Desemprego entre mulheres negras supera média nacional em 2023

A população preta e parda foram a mais afetada pela falta de emprego formal segundo o IBGE
Foto: Divulgação / Isardinha

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgou Dados da Pesquisa por Amostra a Domicílios (Pnad) que apontam que mulheres negras ocuparam os piores índices de desemprego no Brasil em 2023.

No último trimestre de 2023, a taxa de mulheres negras desempregadas foi de 9,2% enquanto a média nacional foi 7,4%, cerca de 2,2% a cima do percentual médio.

A população negra (soma de pretos e pardos) apresentou taxas a cima da média nacional de desemprego em relação à população branca, que alcançou 5,9%. Em comparação, os pretos apresentaram 8,9% e os pardos 8,5%.

Para homens, os números também representa uma superioridade de 53,3% entre a taxa de desemprego, que alcançou 6%. Sendo assim, essa é maior discrepância em 12 anos.

Os dados ainda revelaram diferença entre empregabilidade e escolaridariedade. Pessoas com ensino médio incompleto, o índice de desemprego foi de 13%, a pior taxa de estudo. Já pessoas com o superior incompleto alcançaram a porcentagem de 7,6%.

Maria Gabriela de 23 anos, moradora de Queimados, baixada fluminense do Rio, acabou de completar o ensino superior em Educação Física, mas mesmo assim, nunca conseguiu trabalhar de carteira assinada. “Eu faço bicos. Vendo biscoito o Globo na praia de Ipanema, já fui cuidadora de idosos, cuido de animais quando os donos viajam, faço bronze e sobrancelha, vendo biquíni, tudo que tiver ao meu alcance faço para não ficar sem dinheiro” Gabriella também diz que ainda existe muita desigualdade entre as mulheres no geral “Muitos casos de preconceitos, assédios que nós sofremos que muitas das vezes nos impedem de conseguir uma vaga de emprego. A distância também do trabalho, por morar longe. E se mulher tem filhos ainda fica mais difícil. Eu acho isso muito triste”.

Foram coletados dados de em 211 domicílios de 3.464 municípios em todo estados brasileiros e no Distrito Federal, pelo PNAD.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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