O coletivo produz, há seis anos, saraus gratuitos que acontecem mensalmente na Cidade de Deus
O ‘Poesia de Esquina’ é da rua. O coletivo produz, há seis anos, saraus gratuitos que acontecem mensalmente na Cidade de Deus. “Microfone aberto e poesia falada sempre foram os ideais do projeto”, conta Wellington França, poeta e um dos fundadores do Poesia. O coletivo está com uma campanha de venda de camisas, com ilustração criada pelo quadrinista Alexandre de Maio. Todo o dinheiro arrecadado com a venda das camisas vai para a manutenção dos saraus e de outras atividades culturais no Laboratório do Pensamento Livre, um espaço de criação na Cidade de Deus. Outra novidade é o lança- mento, em novembro deste ano, de uma coletânea com três livros reunindo as poesias do coletivo.
Ana Letícia, umas das organizadoras do Poesia de Esquina, conta que foi sua filha, Ana Beatriz, de 14 anos, que a impulsionou a entrar no coletivo: “Minha filha começou no Poesia com sete anos, levada pelos meus pais. O primeiro poema da Ana Beatriz foi aos oito anos, sobre sua rotina no balé. Eu passei a frequentar depois de ver minha filha e minha mãe participando. Com toda essa movimentação poética em família, Maria Eduarda, minha outra filha de oito anos, já escreve suas poesias. Ter contato com poesia ajudou muito na alfabetização dela”, conta Ana Le cia. Produzir e declamar poesia não tem idade, prova disso é que no coletivo há poetisas de todas as gerações: Dona Tuca, de 84 anos e Ana Beatriz de 14, são exemplos de que todos têm espaço para se expressar com arte.
A FORÇA DA PALAVRA
Em 2011, um pequeno grupo de artistas e produtores culturais da CDD se unem: DJ Fulano, Dona Tuca, Wellington França, Rosalina Brito e Viviane Salles. Assim surgia o Poesia de Esquina. “Em cada evento, era reservada meia hora para exibições de filmes e realizava- se um debate após a sessão. As produções audiovisuais, na maioria das vezes, eram feitas por cineastas locais”, relembra Wellington, que reforça que os eventos envolviam não somente poesia, mas também outras atividades culturais. No início, os encontros poéticos aconteciam no Tico’s Bar; depois migraram Bar Tom Zé e hoje o grupo não tem mais um ponto fixo, é itinerante por opção. O coletivo tem os poetas residentes e também há poetas convidados em cada edição mensal.