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Chegou o ‘cartão da favela’!

Foto: Renato Moura/Voz Das Comunidades
Foto: Renato Moura/Voz Das Comunidades

“Cartão da favela” já está disponível em todo o Brasil

A Central Única das Favelas (CUFA) lançou em Madureira, no início do mês de julho, para todo o Brasil, o “cartão da favela”, o CUFA Card.  Segundo os idealizadores, as empresas “Favela Holding” e “Conta Um”, o CUFA Card é um cartão pré-pago que será aceito em todos os estabelecimentos com bandeira MasterCard no Brasil. Com mensalidade opcional de R$ 8, o cartão vai oferecer benefícios como fazer compras online e realizar transferências entre CUFA Cards gratuitamente.

Para os criadores, o cartão é uma novidade que vai beneficiar a vida de empreendedores e consumidores das favelas e periferias, além de movimentar ainda mais a economia destes territórios. A cerimônia de lançamento aconteceu na sede da CUFA e contou com a presença de comerciantes e moradores de favelas, dos embaixadores da iniciativa Dudu Nobre, MV Bill, Nega Gizza e Ronan Oliveira, e personalidades como Hélio de la Peña, Serjão Loroza e Luis Erlanger.

Dentre as facilidades para ter o cartão estão a isenção da anuidade, não precisar ter conta em banco ou comprovação de renda, nem consulta no SPC e SERASA. Ou seja, não precisa ter o nome limpo para conseguir o cartão. Para Celso Athayde, CEO da Favela Holding e um dos idealizadores do CUFA Card, a criação do cartão foi pensada para as pessoas que não conseguem crédito no banco. “Muitos não têm emprego formal, isso faz com que o banco não dê crédito. Agora isso acabou, graças à nossa iniciativa”.

Para Athayde, o endividamento e o nome negativado do morador de favela sempre foi uma preocupação. “O CUFA Card é a grande oportunidade de ele poder fazer compras e usar um cartão dignamente, sem precisar comprovar nada a ninguém”.

Outro diferencial do CUFA Card se dá na relação com os comerciantes. Além de participar de todos benefícios já mencionados, eles poderão adquirir a maquininha do “cartão da favela”, aceitar pagamentos de outros CUFA Cards sem taxa de operação, taxas de adesão e nem manutenção, além de receber sempre à vista.

Mário Sérgio, dono de uma academia de musculação na Vila Kennedy, na Zona Oeste, comemorou a inovação. “Assim que soube sobre o projeto, procurei a CUFA e solicitei o meu cadastro como empreendedor. Hoje pago uma taxa de 2% a 8% em vendas por cartão. Com o CUFA Card isso acaba e ainda recebo o dinheiro na hora. Além de aderir ao CUFA Card, vou incentivar que meus clientes façam os seus e passem a utilizar” – comemora.

Para receber pedidos do cartão e da maquininha, já existem 65 representantes em 31 favelas do Rio de Janeiro, que realizarão o cadastro dos clientes e entregarão o cartão na hora. A aquisição também pode ser feita nacionalmente pelo site www.cufacard.com.br.

“Vai facilitar minha vida. Não tenho acesso aos cartões de crédito tradicionais por ser estudante e não ter renda fixa. Mas o CUFA Card pode ser feito independentemente disso. Agora vou poder fazer compras online sem pedir para os outros. Isso já é uma grande vantagem para mim”, conta Ingrid Souza, de 29 anos, moradora de Santa Cruz.

As favelas onde o CUFA Card pode ser adquirido são Acari, Antares, Asa Branca, Bancários, Barbante de Campo Grande, Catiri, Cidade de Deus, Chaperó, Cidade Alta, Complexo do Alemão, Coreia, Dendê, Fallet Fogueteiro, Grota do Surucucu, Jardim Bangu, Manguinhos, Mineira, Muquiço, Parque União, Pedreira, Penha, Rio das Pedras, Rocinha, Sapo de Camará, Seropédica, Serrinha, Vidigal, Vigário Geral, Parada de Lucas, Vila Aliança, Vila Vintém e Vila Kennedy.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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