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Biblioteca Parque de Manguinhos inaugura cine-teatro com peça inédita

Desde fevereiro instalado da Biblioteca Parque de Manguinhos, o projeto Manguinhos em Cena – Laboratório de Dramaturgia do Gesto promoveu oficinas de formação teatral visando a capacitação de um grupo cênico da região do Complexo de Manguinhos, que deverá atuar na instituição. O resultado é o espetáculo Sintonia Suburbana, que será apresentado em dezembro, nos finais de semana, dias 8, 9, 15 e 16, às 19h, no novo Cine-Teatro da Biblioteca Parque de Manguinhos.

O projeto é uma parceria da Companhia do Gesto com a Secretaria de Estado de Cultura (SEC), à qual a biblioteca é vinculada, e tem patrocínio da Petrobras por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro.

“Sintonia Suburbana” é uma comédia melodramática, baseada em histórias que os próprios alunos trouxeram de situações e pessoas com quem convivem no cotidiano. Trabalhando diretamente com o diretor Luís Igreja e com os alunos-atores, a dramaturga Renata Mizrahi (“Coisas que a gente não vê” e “Bette Davis e a máquina de Coca-Cola”) foi a responsável por dar unidade aos casos de bala perdida, remoções habitacionais, falta de destino e de identidade. Sintonia Suburbana é o nome de uma rádio, que apresenta programas como “Casos bizarros da vida normal ou casos normais da vida bizarra” e “Contos picados do dia a dia”, tudo com muito humor, visando à reflexão e ao entretenimento.

“A proposta do diretor Luís Igreja era trabalhar o melodrama no universo de Manguinhos. Histórias de moradores e de funcionários da biblioteca trazidas pelos alunos foram o material bruto para a rádio “Sintonia Suburbana”. Essa peça foi mais do que uma experiência, foi a abertura de um novo olhar para o mundo, mais cru e menos romântico, mas que me enriqueceu infinitamente”, analisa Renata, que contou com a colaboração do Haroldo Cezar, um dos alunos, que se candidatou a assistente de dramaturgia e sugeriu o desfecho da rádio-novela. Funcionário da Comlurb, ele lançou esse ano o livro “Vida de gari” e ingressou no projeto com o objetivo de aprender a escrever para teatro.

Pioneira na pesquisa da linguagem do Teatro Gestual no Brasil, a Companhia do Gesto promoveu nove oficinas gratuitas de formação teatral dentro da Biblioteca: Corpo e Máscara, Palhaço, Improviso e Jogo, Voz e Musicalização, Confecção de Máscaras, Criação, Produção Cultural, Olhar sobre a Cena (assistir, entender e escrever sobre espetáculos teatrais), além de uma oficina sobre o Jogo de Teatro em grupo. O projeto contemplou também atividades extras monitoradas (produção, saídas de intervenção na comunidade, idas ao teatro, leituras dramatizadas, participação monitorada em eventos, como o Festival Intercâmbio de Linguagens), estágios técnicos (cenário, figurinos, luz) e encontros de dramaturgia, sob a coordenação da Companhia do Gesto e seus parceiros.

Os participantes tiveram noções de todas as áreas artísticas, técnicas e de produção necessárias para formação do núcleo de teatro independente de Manguinhos. Com o projeto Manguinhos em Cena, a Companhia do Gesto buscou estimular a formação de um grupo preparado para atuar artística e socialmente – com estrutura própria e sustentável – e desenvolver uma identidade própria para sua expressão teatral. Daí as histórias apresentadas e o envolvimento do próprio grupo na produção do espetáculo, desde a captação de recursos e apoios (financiamentos coletivos e mobilização da comunidade), até as áreas técnicas necessárias para a montagem. O resultado pode ser conferido neste espetáculo de dramaturgia colaborativa, sob orientação do diretor Luís Igreja, dos integrantes da Cia do Gesto e da dramaturga convidada, Renata Mizrahi.

Via: http://www.jb.com.br/cultura/noticias/2012/11/29/biblioteca-parque-de-manguinhos-inaugura-cine-teatro-com-peca-inedita/

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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