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Até onde vamos com essa guerra?

No artigo anterior falei sobre a proposta da Escola Sem Partido o que alguns estão chamando de “Lei da Mordaça”, refletindo durante a semana e acompanhando os dias de guerra que o Complexo do Alemão tem vivido ultimamente, percebi que já vivemos sob uma “Lei da Mordaça”. Não exatamente aquela que querem impor aos professores, mas aquela que os moradores do Complexo muitas vezes tentam expor e não conseguem ser ouvidos pelas autoridades.

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Foto: Betinho Casas Novas

A mordaça está em quem escuta o tiro na porta de casa com o filho embaixo da cama, nos jovens em casa pois a escola não pode abrir, em quem assiste as diversas violações de direitos humanos e não pode se manifestar pois estará se colocando em risco, em quem lida com os sonhos dos jovens que estão no tráfico pela falta de oportunidade, nas mulheres estupradas que são julgadas, nos negros que diariamente são discriminados e nos outros diversos grupos excluídos que são violentados diariamente.

Muitas vezes é preciso se calar para não morrer, esse é um risco real. Mas como lutar por uma vida mais digna, uma vida em que os direitos sejam respeitados?

A famosa frase: “Sim, nós podemos. Não desista dos seus sonhos, o futuro é feito do passado” de http://pensador.uol.com.br/autor/martin_luther_king/ parece fazer muito sentido no momento atual, é preciso nos unirmos por ideais, é preciso que os grupos excluídos conquistem mais espaços, principalmente nas políticas, precisamos fomentar os sonhos das crianças e dos jovens que irão construir esse futuro. Precisamos integrar as diferentes  áreas, pois a guerra sem sentido contra o tráfico de drogas não pode continuar na lógica de chacina, isso não é uma questão somente de polícia, é de saúde, de assistência.

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Alguns lugares no mundo conseguiram conquistar a liberdade de viver, desamarram as mordaças, mas apenas depois de anos de guerras sangrentas, depois que o mundo teve consciência e olhou para tais realidades. Até onde teremos que ir para essa guerra ter fim?

AUTOR:

moniquemoreira_novooficial

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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