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As parcerias criativas são a chave para uma nova imagem da Baixada Fluminense

Daria pra escrever um livro inteiro sobre grandes projetos realizados através de parcerias criativas – quando duas ou mais mentes brilhantes se unem a favor de uma causa maior. Por exemplo, Steve Jobs, por mais genial que fosse, uniu-se a outro Steve – o Wozniak – pra fazer a Apple tornar-se realidade. Por aí vai.

De fato, grandes projetos necessitam de grandes equipes para torná-los realidade. Faço parte de um projeto muito grande chamado “Baixada Fluminense”. A ideia é mostrar ao Brasil como um território pode ser reconhecido pela sua vivacidade.

Na próxima quarta-feira vai acontecer um seminário muito alinhado com isso que lhes apresento. Trata-se do encontro “Parcerias Criativas: Produção, Consumo e Economia da Cultura na Baixada Fluminense”. Durante o evento será apresentada uma pesquisa sobre os hábitos culturais de Duque de Caxias, município que tem um dos maiores PIBs do Brasil e é berço de muita gente criativa.

Em um momento onde a Baixada Fluminense tem chamado cada vez mais atenção do país através da sua criatividade, o seminário chega com uma reflexão e discussão sobre os próximos passos que precisamos dar enquanto rede. Por aqui está nascendo um hábito saudável de troca: cada vez menos coletivos de cultura que realizam projetos sozinhos e contam cada vez mais com a colaboração de outros. O desafio, agora, é ampliar o discurso e levar as atividades culturais para um público maior.

É claro que, numa região dominada pela cultura de massa, atividades culturais de resistência que produzem arte autoral irão se deparar com uma grande barreira. Por conta disso, o seminário traz quatro casos de sucesso na cultura da Baixada Fluminense:

Cinema de Guerrilha da Baixada – Coletivo audiovisual que já foi parar em Hollywood com um de seus curtas. Lançam filmes anualmente, além de promover oficinas e produzir um cineclube mensal, num boteco gente fina no centro de São João de Meriti.

EncontrArte – Um dos maiores festivais de teatro do Rio de Janeiro, nasceu com a ideia de dar visibilidade a artistas locais. Hoje em dia recebe inscrições de todo o Brasil e do mundo, transformando Nova Iguaçu em um dos palcos mais desejados entre artistas de teatro do país.

Site da Baixada – Portal de informações sobre a Baixada Fluminense, que enfatiza o amor à região e cruza a cultura de massa com a produção autoral local. Sim, é mantido por este que vos escreve 😀

Terreiro de Ideias – Produtora de cultura sediada em Duque de Caxias, que dialoga com diferentes coletivos artísticos da Baixada Fluminense.

O recorte das apresentações mostra a imensidão criativa que temos na Baixada Fluminense. Do bom e velho teatro à moderna comunicação digital, passando pelos bastidores da cultura e da tela do cinema.

Sabe o que é mais legal nisso tudo? Todos estes coletivos estão interligados de alguma maneira. Todos se conhecem, se tocam, trocam entre si e compõem uma rede de cultura que não necessita de uma organização formal. Pra “piorar”, a turma não espera pelo poder público e realiza suas atividades na base da resistência – um bom exemplo disso é o Meeting Of Favela, que realizará uma instalação artística na entrada do evento. O MOF acontece há 9 anos sem apoio governamental, realizando anualmente uma grande intervenção artística na Vila Operária (Duque de Caxias).

Além dos cases, haverá um debate com participação do público. A composição da mesa também é variada, com representantes da Gomeia Galpão Criativo, Braskem, Cineclube Buraco do Getúlio, Ministério da Cultura e Governo do Estado do Rio de Janeiro.

E aí, vamos fazer uma parceria criativa?

SERVIÇO
Seminário “Parcerias Criativas”
21 de outubro (quarta-feira)
Horário: 15h às 21h
Local: Museu Ciência e Vida – Rua Ailton da Costa, 25 – Duque da Caxias (RJ)
Entrada franca

Seminario-Parcerias-Criativas-2


Wesley BrasilSou Wesley Brasil, artista gráfico, especializado em projetos de engajamento digital. Fundei o Site da Baixada em 2006, acreditando numa Baixada Fluminense melhor através do amor.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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