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Algumas dicas para boas fotos

Por: Cora Rónai

A cena ainda é comum nos grandes acontecimentos: repórteres fotográficos equipados com câmeras sofisticadíssimas e lentes espetaculares. Isso não deve mudar tão cedo. Afinal, o equipamento usado por eles se traduz, na vida real, por imagens de grande qualidade. Mas as cenas do cotidiano estão sendo captadas, cada vez mais, por aparelhos mais humildes. As câmeras digitais compactas e, sobretudo, os celulares, têm feito um bonito ao flagrar acontecimentos inesperados. Os cidadãos atentos e rápidos na foto têm sido os olhos das suas comunidades, e o material que produzem corre mundo, da internet às páginas de jornais e revistas. Por isso vale a pena aprender a usar bem a câmera do seu aparelho. Ela serve para fazer coisas bem mais bacanas do que selfies!

Não há melhor maneira de aprender a fotografar do que vendo fotos dos grandes fotógrafos. Antigamente era preciso gastar muito dinheiro em livros e revistas para ter acesso a essas imagens; hoje, elas estão disponíveis na internet, ao alcance de qualquer um.

Um bom jeito de começar a procurá-las é entrar no Google e, simplesmente, digitar “grandes fotógrafos”. Aí é só seguir a quantidade de links. Observe sobretudo como os craques aproveitam a luz ambiente, e como enquadram as suas fotos.

É muito importante também conhecer o seu equipamento. Busque informações sobre o modelo na internet, e aprenda tudo do que ele é capaz. Faça fotos em diferentes condições de luz: de dia, de noite, com e sem flash. Treine bastante. Assim você estará preparado para as eventualidades, e não perderá tempo tentando descobrir a melhor configuração quando encontrar aquela imagem imperdível.

Não se esqueça, ainda, de limpar a lente antes de fotografar! Poucas coisas estragam mais fotos do que marcas de sujeira na lente. E cuide do seu aparelho com carinho – uma lente arranhada é tão triste quanto uma tela quebrada.

Use flash em dias de sol. O flash melhora os retratos, porque atenua as sombras muito fortes. Outro bom uso do flash é ao cair da tarde, porque o primeiro plano fica iluminado, enquanto ainda há uma luz bonita ao fundo. Retratos feitos com flash ao pôr-do-sol ficam lindos. Experimente!

Pense na foto que está fazendo. Estude o enquadramento, tente diferentes ângulos. Observe a luz. Veja de onde vem, confira as sombras. Não se esqueça de checar o fundo. Às vezes ficamos tão empolgados com o que queremos registrar que nos esquecemos de ver o que está em segundo plano e um segundo plano ruim ou confuso pode matar uma boa foto. Chegue perto. “Se as suas fotos não estão suficientemente boas, é porque você não chegou suficientemente perto”, já dizia o grande fotógrafo Robert Capa, que foto- grafou guerras como ninguém. Mas isso vale para tudo, de instantâneos na rua a retratos das crianças. Por falar em crianças: abaixe-se para fotografa-las. Olhe-as nos olhos.

Não use zoom. Mesmo os melhores zooms dos melhores smartphones são uma desgraça. É melhor aumentar a resolução e, depois, dar um corte na imagem. Use sempre a maior resolução possível. Para isso você precisa limpar o cartão ou a memória com certa frequência, mas o resultado compensa.

Finalmente, uma dica para quem gosta de usar o smartphone para filmar: por favor, por misericórdia, por caridade, não filme na vertical. Filme é na horizontal, sempre!


Cora Rónai é jornalista, escritora e fotógrafa. Pioneira do jornalismo de tecnologia, lançou em 1987, no Jornal do Brasil, a primeira coluna sobre computação da grande imprensa brasileira. Foi a primeira jornalista brasileira a criar um blog e a dedicar-se à fotografia digital. Trabalha no jornal O Globo desde 1991, criou o caderno I

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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