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A Aldeia Maracanã ainda resiste

Texto e Fotos: João Lima

 

A manifestação de resistência à invasão da Aldeia Maracanã, que durante sete anos ocupou o antigo Museu do Índio, foi violentamente reprimida pela força policial durante a manhã desta sexta-feira. No início da tarde, os índios já tinham sido desalojados do prédio. Os ativistas e apoiadores da Aldeia seguiram para a frente do Palácio Tiradentes, sede da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), para um ato coletivo de condenação à postura do governo do estado.

 

Desde 2006, quando ocuparam o terreno do antigo Museu do Índio, abandonado pelo poder público desde o final da década de 1970, os índios tentam um diálogo com o governo estadual. Eles exigem o tombamento e a reforma do prédio para abrigar um Centro de Referência dos Povos Indígenas. O prédio tem mais de 150 anos e foi o primeiro bastião da luta pela preservação da cultura indígena na América Latina.

 

Todos os dias, eles organizavam atividades culturais na aldeia, em meio a uma guerra judicial. O governo do estado do Rio de Janeiro desembolsou R$ 60 milhões para adquirir o imóvel com o intuito de demoli-lo e construir no lugar um estacionamento e um centro de compras, como parte do projeto original de reforma do Complexo do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014.

Graças à pressão dos índios e da opinião pública, o governo estadual concordou em manter o prédio de pé e revitalizá-lo. Em negociações com os índios, o governo sugeriu realocar os residentes da Aldeia Maracanã e transportar o projeto do Centro de Referência Indígena para outro local.

Com a revitalização do prédio, seria instalado ali um museu olímpico. Os índios condenaram a ideia, pois, segundo eles, desvirtua a verdadeira finalidade que sempre foi vinculada ao prédio desde a sua concepção. Eles decidiram não ceder às negociações e continuar a resistência.

Após a ação policial, os residentes e parceiros da Aldeia Maracanã prometeram questionar judicialmente a atitude do governo de expulsar os índios. As organizações apoiadoras continuarão articulando o movimento de luta pela reintegração do prédio às causas indígenas.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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