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Santa Pia: Moradores do Santa Marta se unem para construir ponto de higienização

Diante do cenário crítico que o país está atravessando com o aumento de casos de Coronavírus, as comunidades do Rio de janeiro vem driblando tudo isso e se unindo na busca por medidas que ajudem no enfrentamento à transmissão do novo vírus. A Favela Santa Marta, localizada no Morro Dona Marta, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, está dando exemplo de união e força, se uniu ao Instituto Insolar e resolveu construir um ponto de higienização, com um pia  na parte alta da comunidade, que recebeu o nome de “Santa Pia”.

O projeto é um esforço coletivo dos moradores do Santa Marta em parceria com o Instituto Insolar, que trabalha promovendo a democratização da energia solar através da tecnologia, e com isso, viabilizar junto à comunidade um local para lavagem das mãos, uma medida imprescindível na prevenção ao contágio do Coronavírus.

“Acreditamos que ao colocar conhecimento, tecnologia, oportunidade e energia a serviço das comunidades, podemos contribuir para o despertar do potencial humano oculto nas favelas e contribuir para a construção de cidades mais prósperas, sustentáveis e inclusivas”, comenta Henrique Drumond, representante da Insolar.

A ideia é ajudar a favela a enfrentar a pandemia, utilizando todos os recursos possíveis, como a  tecnologia, e levar algum benefício para o coletivo, contribuindo para a conscientização da população.

“Nesse contexto, começamos a pesquisar qual seria a melhor tecnologia de torneira, saboneteira… qual seria o melhor tipo de material para a bancada para dificultar ao máximo a proliferação do vírus”, ressalta Henrique, que em parceria com a Associação dos moradores do Santa Marta, colocou a mão na massa, e juntos estão fazendo o projeto sair do papel. Eles que escolheram o local da instalação, o nome da iniciativa (Santa Pia), os materiais que estão sendo utilizados, e estão ajudando na pintura, sinalizações e demais ações. 

A favela do Santa Marta tem dois principais acessos. Um pela parte baixa que já tem um local instalado para a higienização das mãos, que contou com a ajuda do comércio local, o Bar do Tota. E outro acesso pela parte pela alta, onde se concentra a área mais carente de iniciativas, o que motivou a instalação da Santa Pia para garantir que os moradores tenham um local para lavar as mãos ao entrar e sair da comunidade, assim, contribuir para diminuir o contágio. Caso houvesse falta de água na comunidade, a pia poderia ajudar, e por ser de fácil acesso para abastecimento com carro pipa.

O projeto é um esforço coletivo dos moradores do Santa Marta em parceria com o Instituto Insolar. Foto: reprodução

A Santa Pia ainda precisa de ajustes na obra, mas a inauguração está prevista para a primeira semana do mês de maio e será transmitida para todos pelas redes sociais. Existe uma expectativa com a  finalização do projeto, pois a favela necessita dessa ajuda no combate ao novo Coronavírus.

“As favelas estão dando uma aula para o mundo de como agir de forma colaborativa e com agilidade. Apostamos nesse espírito empreendedor e colaborativo das favelas para sair dessa crise e para superarmos outros tantos desafios que impedem as favelas de atingirem todo o seu potencial”, desabafa Henrique Drumond.

A comunidade agradeceu o apoio, pois o mais importante é ajudar a salvar vidas. As organizações, ONGs, coletivos e lideranças comunitárias estão unidos e ajudando a população do Rio de Janeiro no combate ao Coronavírus. As vidas importam, e juntos podemos preservá-las. As iniciativas realizadas nas favelas podem contribuir com os objetivos globais de Desenvolvimento Sustentável, isso mostra que a ação de cada um  é fundamental.

Projeto Santa Pia. Foto: reprodução

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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