Quase dois meses de espera: Prefeitura não cumpre promessa de entrega de cestas no Alemão

Imagem: Marcos de Paula/Prefeitura do Rio
Imagem: Marcos de Paula/Prefeitura do Rio

A pandemia do Covid-19 tem gerado uma grande crise em diversas partes do mundo. No Rio de Janeiro, o estágio de isolamento social já dura mais de dois meses e muitas pessoas seguem sem ter opções para gerar renda e garantir a sobrevivência. O papel do poder público neste momento de crise se torna fundamental, mas as ajudas não passaram de promessas, até o momento. Apesar das promessas dos governantes e cadastros dos moradores, a ajuda pública ainda não chegou ao Complexo do Alemão e a distribuição de alimentos e itens de higiene se dá apenas pelo Gabinete de Crise do Alemão.

Ainda não recebemos nada aqui na Associação. Os casos estão crescendo muito no Complexo do Alemão e a comunidade precisa desses kits. A única ajuda que a gente recebeu até agora foi do Gabinete de Crise, que trouxeram água, sabão. Se depender da Prefeitura ou governo, nada até agora“, relata Marquinho Balão, presidente da Associação de moradores da Grota, no Complexo do Alemão.

Marquinho Balão

Moradores ficam preocupados

Com a situação se agravando cada vez mais e muitos relatos de falta de água pelo Complexo do Alemão, os moradores temem que a ajuda estadual ou municipal não chegue. Liziane, de 31 anos, mora na região das Palmeiras e relata que até o momento não conseguiu nenhuma doação.

Vi só pelo Facebook. Faz muita falta essa distribuição da Prefeitura. As ações que acontecem não chegam a todos, eu estou esperando ate hoje a cesta que a associação de moradores fez o cadastro. Já tem mais de um mês, fiz o cadastro no dia que abriu. Tenho quatro filhos pequenos, dois são especiais e tomam remédio controlado. A situação está difícil“, afirmou.

Liziane

A Prefeitura do Rio foi procurada pela reportagem e até o momento da publicação não havia dado o retorno.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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