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Projeto na Serra da Misericórdia promove agricultura regenerativa, gera empregos e reforça a soberania alimentar nas favelas

A Serra só existe por causa da resistência das pessoas’ comenta Yuri Cruz responsável pelo projeto
Alimentos orgânicos cultivados de forma sustentável, assegurados pelo Sistema Participativo de Garantia (SPG), nutrem a comunidade e promovem soberania alimentar Foto: Josiane Santana / Voz das Comunidades

A Serra da Misericórdia é um dos maiores espaços de área verde da Zona Norte, contempla 27 bairros e é exemplo de resistência em meio ao avanço da urbanização. A área sobrevive graças à força da comunidade e à auto-organização dos moradores. 

Um projeto de agricultura urbana tem se destacado pela inovação e impacto positivo: o Telhado Verde Agroecológico. O biólogo Yuri Cruz, 35 anos, cofundador do projeto junto com Ricardo Devita, agricultor urbano e permacultor, e Luiz Fernando, agricultor urbano, a iniciativa usa a Serra da Misericórdia como base para promover práticas de agricultura regenerativa e conscientização ambiental. Os três são responsáveis por essa transformação na área.

Desde sua fundação há 8 anos, a iniciativa é responsável pela criação de 15 postos de trabalho oferecendo oportunidades de renda para moradores da região. Além disso, desempenha um papel importante na alimentação de famílias locais, promovendo produtos agrícolas cultivados de forma sustentável. 

Yuri destaca que o trabalho do projeto faz parte de uma luta maior por um ambiente saudável tanto para a cidade, quanto para as favelas. “É um alimento que nutre e não só mata sua fome”, comenta.

O biólogo Yuri Cruz mostra como o trabalho comunitário e ecológico pode garantir mudanças significativas na alimentação e no meio ambiente
Foto: Josiane Santana / Voz das Comunidades

Apesar do esforço comunitário, o biólogo diz que o apoio efetivo do Estado é fundamental para a criação de políticas públicas. “Precisamos de políticas de Estado, não políticas de governo, para evitar que durante as trocas de mandatos, todo o apoio seja perdido”, destaca. 

No Telhado Verde, atuam grupos de preservação e interação participativa com projetos de mutirão como: as Guardiãs da Matas, Hortas Cariocas e programas de educação ambiental. Esses grupos, formados pelos próprios moradores, têm um papel fundamental na preservação e conscientização da área e na importância de cuidar do meio ambiente. Segundo Yuri, “A Serra só existe por causa da resistência das pessoas”.

Jessica Santos, 34 anos, Guardiã das Matas no projeto, acredita que a preservação ambiental vai além do reflorestamento. Para ela, as crianças que participam são agentes de transformação capazes de mudar suas vidas e de suas famílias. “Se falar para 30 adultos, eles vão discutir, mas a atitude não vai acontecer. Fale para 30 crianças e elas vão fazer”. Ela também destaca o papel das mulheres, afirmando que elas trazem um olhar mais empático e  cuidadoso, especialmente quando se trata das próximas gerações.

Cultivo de plantas orgânicas no Telhado Verde Agroecológico promove alimentação saudável e preservação ambiental na Serra da Misericórdia
Foto: Josiane Santana / Voz das Comunidades

O Telhado Verde Agroecológico, enraizado na Serra da Misericórdia, representa a luta por um futuro onde a justiça socioambiental e a soberania alimentar andem lado a lado nas favelas.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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