Para criar um projeto de educação precisa ser um professor ou professora com formação? Não necessariamente. No final das contas, o que importa é ter a vontade de transformar o mundo através do conhecimento e esse desejo Nilton Gomes, mais conhecido como Diquinho, tinha de sobra. Liderança comunitária do Complexo do Alemão, faleceu no ano passado com 72 anos, mas deixou um legado: o pré-vestibular social do Centro Cultural Nilton Gomes Pereira.
O projeto fica no Morro da Baiana, no Complexo do Alemão, e prepara jovens de favelas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e para o vestibular da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) há 10 anos. Ao longo da última década, foram várias pessoas aprovadas. Guilherme Moreira, coordenador geral do Centro Cultural e professor de Sociologia da Rede Estadual, conta que Diquinho desde a sua juventude sempre manteve vivo o sonho de construir uma sociedade justa e igualitária. “Ele repetia essas palavras teimosamente”.
O pré-vestibular surgiu um ano depois de Diquinho fundar o Conselho Popular no terraço da sua casa. “Cansado com as ilusões da política eleitoral, buscou construir um espaço independente, sem vínculo com partidos ou grandes empresas”, relembrou Guilherme. Hoje, após a morte de Diquinho, o objetivo da iniciativa é dar sequência ao que foi deixado por ele: resistência, educação e cultura popular.
Àqueles que querem conhecer o projeto, ele está localizado Estrada do Itararé, número 137 em Ramos, Morro da Baiana.