O Covid-19 já é responsável pela maior e mais letal pandemia do século, fazendo mais de 500 mil vítimas fatais em todo o mundo. No Rio de Janeiro, o impacto da doença foi mais forte e fatal entre os pacientes de classes sociais mais baixas, conforme apontou o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). De acordo com a pesquisa, 5.361 dos 6.735 óbitos registrados na cidade até o dia 13 de junho, foram em regiões com menor Índice de Desenvolvimento Social (IDS) – que leva em consideração aspectos como educação, renda e acesso a água e esgoto.
Esses dados mostram que a desigualdade afeta muito no combate ao vírus. Observou-se que os bairros com maior poder aquisitivo tiveram taxa de letalidade média de 10%, mesmo tendo a população com mais idosos, que é o principal grupo de risco para a doença. Enquanto isso, regiões com renda média menor, registraram 20% de taxa de letalidade. Um retrato disso é que Campo Grande, que ocupa a 129ª posição no ranking de IDS, registrou 2.725 casos e 434 mortes (15,9% de letalidade); enquanto a Lagoa, 1ª posição no índice, teve 460 casos e 25 óbitos (5,4% de letalidade).
Fiocruz lança ‘Radar Covid-19 Favelas’, informativo feito com pessoas das comunidades do RJ
Complexos de favelas lideram taxa de letalidade
Durante o processo de pesquisa, os profissionais do Ipea dividiram os 162 bairros do estado do Rio em cinco grupos, de acordo com o Índice de Desenvolvimento Social. Descobriu-se que a letalidade foi praticamente a mesma nos grupos dos bairros da Zona Norte (19,6%) e de parte da Zona Oeste (20%). Conforme os índices vão melhorando, a taxa diminui e chega em 10% no grupo que reúne as regiões mais ricas da cidade.
Além disso, a apuração revelou quais bairros tiveram as maiores taxas de mortalidade. Em primeiro lugar ficou Bonsucesso, que conta os casos dos complexos do Alemão e da Maré, com índice de 577 óbitos por 100 mil habitantes. Depois, Jacaré, com 422, que também fica com parte das notificações do Jacarezinho.
Confira a reportagem completa no site de O Globo.