Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades
Reivindicando os direitos e a dignidades dos profissionais que auxiliam nos cuidados do Centro de Atenção Psicossocial Miriam Makeba, no Complexo do Alemão, Zona Norte do Rio, os pacientes organizaram nesta sexta-feira (19) um protesto contra a falta de salários e benefícios dos trabalhadores da casa. De acordo com os organizadores da manifestação, os colaboradores estão há três meses sem receber nenhum tipo de pagamento (remuneração e vale-alimentação) e aguardam o décimo terceiro de 2020.
Devido aos salários e os benefícios atrasados, a vida dos funcionários, em plena pandemia do coronavírus, presencia um roteiro de angústia e terror. Para o fundador do Miriam Makeba, Roberto Pereira, a situação é extremamente delicada, pois é a primeira vez que precisa conviver sem saber como será o dia de amanhã. Tal momento narrado é compartilhado entre 17 funcionários que atuam no CAPS. Entre eles, dois porteiros, oito controladores de acesso e sete que trabalham no setor de limpeza.
“Nós estamos aqui porque adoramos o nosso trabalho, mas fica cada vez mais difícil atravessar as comunidades para chegar aqui sem dinheiro do transporte, salário ou qualquer outra ajuda de custo-benefício. Lá em casa, eu já avisei que a Páscoa desse ano não terá nada”, desabafa.
A falta de recursos financeiros, segundo o que foi verificado, alcança todas as áreas do CAPS Miriam Makeba. Por falta de repasses financeiros, os quartos dos pacientes convivem com a estrutura precária, com goteiras, portas quebradas e pouca ventilação.
“Eles estão aqui por nós, por amor. Todos os dias!”, revela um dos pacientes que pediu sigilo em sua identificação.