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Novo reajuste no gás de cozinha causa indignação e afeta o bolso de quem mora na favela

Moradora do Alemão, Aline de Oliveira relata preocupação e já busca alternativas de economia para sua família
Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades
Foto: Vilma Ribeiro / Voz das Comunidades

Começa a valer a partir de desta sexta-feira o aumento dos combustíveis aplicado pela Petrobrás. A empresa informou que o reajuste será de 18% para gasolina e 25% para o diesel. O aumento também impacta o bolso de todos os brasileiros, já que o gás de cozinha também sofreu novo reajuste. Aplicados diretamente nas distribuidoras de gás, o preço final que chega ao consumidor vai depender de cada revendedor.

A dona de casa Aline de Oliveira Lopes, 44 anos, moradora do Morro do Adeus, no Complexo do Alemão, está preocupada com o novo aumento do gás de cozinha. Dividindo a casa com o marido e o filho, ela mostrou indignação por conta do reajuste.

Por causa de uma guerra que nem é nossa, veio esse aumento absurdo de um produto que é produzido aqui no Brasil. Agora a gente tem que se virar. Se usamos o forno elétrico, a luz vem nas alturas. Se a gente usar o gás, como fazer ele ir até o final do mês? Vamos ter que cortar alguns gastos”, desabafou ela. Como medida de economia, ela relata que cozinhar e congelar as refeições será o melhor a ser feito.

O aumento dos combustíveis causa um efeito dominó sobre outros setores da economia e impacta diretamente no bolso do consumidor. O último reajuste, por exemplo, elevou o preço de alguns alimentos como leite e carne. Sobre isso, Aline destaca que muitas pessoas não conseguirão lidar com a situação. “As vezes tem o gás, mas não tem o alimento. Ou se tem o alimento e não tem o gás. Enquanto isso, o quilo da cenoura está 10 reais. Como a gente vai fazer pra sobreviver com salário mínimo?”

O reajuste também provocou filas imensas nos postos de gasolina. Em nota, a Petrobras informou que esses valores refletem parte da elevação dos patamares internacionais de preços de petróleo, impactados pela oferta limitada frente a demanda mundial por energia.

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Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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