Explorar a arte através de iniciativas e projetos sociais que auxiliam no incentivo cultural com apresentações e ações artísticas são presenças essenciais no desenvolvimento e no cotidiano dos moradores nas comunidades cariocas, disponibilizando novos caminhos, possibilidades e experiências para toda população local.
Comprometidos em construir e fortalecer essa realidade no Complexo da Penha e do Alemão, a ONG Voz das Comunidades, em parceria com o Konteiner e a Central Única das Favelas (CUFA), realizou, durante esta quinta-feira (04), o evento social “Dia da Favela”, em referência a data comemorativa instaurada em 2006 na cidade do Rio de Janeiro.
Com uma programação agitada, onde incluí shows, DJs e orquestra musical, o encontro aconteceu na sede da casa noturna. A grade de exibições artísticas contou com os nomes dos grupos e projetos sociais The Street Flow, Vidançar, Favela é Fashion, Na ponta dos Pés, Talentos do Morro, Pipas Labs e Ação Social pela Música.
Para os alunos do projeto social The Street Flow, do Complexo do Alemão, a possibilidade de se expressar através de movimentos característicos da cultura do Hip-Hop é uma oportunidade única na vida. Fundado em 2015 pelos amigos Flávia Fontes e JP Black, a iniciativa atende mais de 50 jovens na Zona Norte do Rio de Janeiro.
“Para nós, a dança não possui uma definição, pois ela representa muita coisa. E ter a oportunidade de se apresentar para a comunidade em um evento que comemora o Dia da Favela é extremamente importante. Mostra que a favela faz de tudo”, comenta Flávia.
Uma data que representa a trajetória das comunidades no Rio de Janeiro é extremamente essencial, pois, segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), elas representam cerca de 22% da população carioca, com 763 periferias pela cidade carioca. E, para mostrar essa multiplicidade existente nesses espaços, o evento também contou com um desfile de moda através da iniciativa Favela é Fashion, que contou com a participação exclusiva de pessoas da favela. Além disso, a exposição Pipa Labs, que explora a criatividade artística a partir dos conceitos de identidade, participou do evento.
Para Geisa Pires, produtora cultural do Pipa Labs, colaborar com a exposição artística no Dia da Favela é a oportunidade perfeita de descobrir novos talentos e olhares sobre a arte e de si. “Na verdade, foi uma surpresa participar desta exposição artística. Quando o pessoal estava organizando, eu peguei uma máscara para pintar, mas sem pretensões dela ir para a coleção exposta. Aí desenhei na perspectiva de compartilhar um pouco das minhas características, me considero uma pessoa introspectivo e, ao mesmo tempo, comunicativa. Então, pintei esses dois lados na minha máscara”, comenta.