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Moradores seguem sem água e medidas para reduzir os impactos não são eficazes na favela

Em meio a pandemia e calor intenso na cidade, muitas famílias estão com as torneiras secas

Foto: Renato Moura / Voz das Comunidades

Hoje completa mais um dia que moradores de diversas favelas do Rio sofrem com falta d’água. Em meio a pandemia e calor intenso na cidade, muitas famílias estão com as torneiras secas.

Em uma nota publicada no site oficial da Cedae, a companhia informou as medidas que foram adotadas para reduzir os impactos. Confira:

  • Realização de ações operacionais (como “manobras no sistema”) para redirecionar e equilibrar a distribuição de água nas redes de abastecimento durante o serviço no Lameirão;
  • Atendimento prioritário para hospitais e outros serviços essenciais por meio de carros-pipa;
  • Disponibilização de carros-pipa para atendimento;
  • Criação de gabinete de crise para acompanhamento das ações e tomada de decisões.

No entanto, em várias localidades do Complexo do Alemão não tem água e as alternativas pontuadas não amenizaram os problemas. Um exemplo é o Morro da Baiana, onde moradores estão sem água há um mês. Outras regiões da comunidade também não estão recebendo abastecimento, como Grota, Adeus, Fazendinha, Areal e Central.

As pessoas que estão enfrentando esse problema buscam alternativas próprias para ter acesso a água. Segundo relatos de moradores, não tem água para beber nem cozinhar e manter as medidas de higienização contra a Covid-19 é quase impossível nessa situação. Muitos estão se deslocando para conseguir encher baldes, comprando galões frequentemente, recorrendo a casa de parentes e dividindo o que consegue com os vizinhos.

Em entrevista, o repórter Matheus Andrade perguntou a uma moradora o que ela falaria para a Cedae, mas a resposta foi outro questionamento: “será que na casa deles também está faltando?”. A moradora contou que compra galão de água todos os dias para beber e cozinhar, para higienização e limpeza do lar ela desce toda a comunidade para conseguir encher o balde em um bica no ponto do mototaxi da Grota.

Entramos em contato com a Cedae e questionamos qual será a solução imediata para a falta d’água no Complexo do Alemão e outras favelas cariocas. A companhia informou que técnicos da Cedae irão às localidades do Alemão em até 24 horas para atender a solicitação.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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