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Jovem do Morro dos Tabajaras é finalista no Prêmio Faz Diferença do Jornal o Globo

Raissa Luara de Oliveira, de 14 anos, atua na democratização da cultura nas comunidades cariocas

Foto: Mundo da Lua/Divulgação

Sendo uma das pautas mais importantes nos últimos anos no Brasil, a democratização da cultura, que já marcou a presença na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), faz parte da vida da adolescente Raissa Luara de Oliveira, mais conhecida como Lua. Criadora da Biblioteca Comunitária Mundo da Lua, a jovem, de 14 anos, atua na linha de frente na acessibilidade à leitura na comunidade do Morro Tabajaras, em Copacabana, na Zona Sul do Rio de Janeiro.

Distribuindo conhecimento e oportunidades através dos livros para os moradores da região, o trabalho essencial de Lua é finalista no prêmio Faz Diferença 2021, do grupo O Globo, em virtude das atividades realizadas no ano de 2020. Emocionada pela indicação, a adolescente comenta que concorrer ao lado de pessoas que admira é o verdadeiro reconhecimento.

“É tudo que uma pessoa quer né! Ser indicada a um prêmio através do seu trabalho e eu estou recebendo isso aos 14 anos. Espero que venham mais… E é isso estou feliz. Muito Feliz. Sou muito fã dos meus concorrentes então já ganhei um prêmio por estar ao lado de pessoas tão talentosas. Inclusive tenho livro deles aqui na minha Biblioteca e será minha próxima leitura. O Torto Arado de Itamar Vieira eu tenho 3 livros na frente mas esse está na fila dos meus próximos livros. E feliz da vida por estar participando do prêmio e de estar no Top 3. Já é meu prêmio estar no Top 3”, destaca.

Lua enxerga a literatura como uma forma de transformar o mundo.
Foto: Instagram/Reprodução

Além de construir o Mundo da Lua, que contou com a doação de livros e de financiamento coletivo, a adolescente também auxiliou na construção de outras bibliotecas comunitárias em outras comunidades cariocas e, atualmente, trabalha para expandir os acervos coletivos para fora do Estado. “Eu já ajudei a montar mais de 22 salas de leituras em outras comunidades. E tenho mais 4 em andamento e são 3 fora do Estado”, revela.

Suspeita para falar sobre o amor à leitura, a jovem aponta as mudanças e os benefícios que os livros trouxeram para ela. “O livro me leva a lugares inimagináveis, então as pessoas deveriam ler. O livro te ensina a amar porque se você pode aprender a odiar também pode aprender a amar através dos livros. Você pode aprender o autoconhecimento, pode aprender costumes e comportamentos de outros países até sua cultura. Podemos aprender a falar, escrever e pensar melhor através dos livros”, finaliza.

O prêmio Faz Diferença divulgará os vencedores no dia 31 de julho, nas categorias País, Rio, Economia, Desenvolvimento do Rio, Mundo, Sociedade (diversidade, ciência e saúde e educação), Esportes, Ela, Segundo Caderno (música, audiovisual, livros e TV).

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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