Enquanto escolhe o próximo livro para levar para casa, a jovem Raissa Luara de Oliveira, de 14 anos, demonstra o quanto cada leitura é importante em seu desenvolvimento pessoal. Criadora da biblioteca comunitária Mundo da Lua, ela desempenha e incentiva a democratização da literatura de forma contínua em mais de 50 comunidades no Rio de Janeiro e em cinco fora do estado (Piauí, Bahia, Espírito Santos e Minas Gerais).
E na última semana, a inquietude constante dela recebeu a prestigiosa premiação no mundo literário: o título de acadêmica titular na Academia de Arte, Ciências e Letras do Brasil. Agora, a moradora da comunidade Ladeira dos Tabajaras, na Zona Sul, ocupará a cadeira 776, sendo uma das pessoas mais novas dentro da instituição. Para Lua, esse momento é mais do que essencial, pois demonstra que a literatura pode transformar a vida de todos.
“Quando eu recebi a notícia, fiquei muito feliz. Um dia antes, por exemplo, comentei com a minha mãe sobre a possibilidade de entrar na Academia de Arte, Ciências e Letras do Brasil e o quanto seria importante uma criança conseguir esse feito. E o número da minha cadeira significa muito pra mim. Acredito muito em numerologia e esse número faz parte da sequência de anjos”, comenta.
Mesmo com pouca idade, Lua já recebeu diversas indicações pelo papel social desempenhado nos últimos anos, como o prêmio Faz Diferença, do grupo Globo. A menina inquieta já definiu seus próximos passos dentro do mundo literário: a expansão do acesso à leitura a todas comunidades no Brasil. No próximo mês, ela pretende a abertura de um espaço em uma comunidade quilombola em Magé, na Baixada Fluminense.
As iniciativas realizadas pela Lua são colaborativas com doadores e pessoas interessadas em incentivar a leitura. Para ajudar nas metas da menina, basta entrar em contato com a biblioteca comunitária Mundo da Lua através das redes sociais (luaoliveiraoficiall).