O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) anuncia uma mudança significativa na nomenclatura para se referir às favelas brasileiras, substituindo o termo “Aglomerados Subnormais” utilizado desde a década de 1980 por “Favelas e Comunidades Urbanas”. A decisão vem após a parceria bem-sucedida entre o IBGE, CUFA (Central Única das Favelas) e Data Favela no projeto “Favela no Mapa”, que teve como objetivo recensear de forma precisa e representativa as comunidades em todo o país.
A iniciativa, que buscou reduzir o percentual de domicílios não recenseados em comunidades, não apenas contribuiu para a precisão dos dados, mas também desencadeou uma reflexão sobre a importância de reconhecer as favelas como parte integral da sociedade brasileira. A alteração da denominação representa um marco histórico, desmitificando estigmas associados ao termo “favela” e facilitando a mobilidade social das comunidades.
Para Celso Athayde, fundador da CUFA, o reconhecimento das favelas pelo IBGE é um passo importante para afirmar a visão de que “favela não é carência, favela é potência”. A CUFA, atuante em mais de 5 mil favelas em todo o Brasil, tem trabalhado continuamente para potencializar as oportunidades nas favelas, promovendo projetos focados em esporte, cultura, empreendedorismo e desenvolvimento.
Renato Meirelles, fundador do Data Favela, destaca que a parceria, que inicialmente colocou as favelas no mapa, agora coloca o nome “favela” nas estatísticas nacionais. Essa ação é um passo fundamental para dar visibilidade e reconhecimento à diversidade, resiliência e criatividade presentes nas favelas brasileiras.