Garota & Garoto da Favela: concurso que surgiu em 2013 se expande para outras favelas do Rio

Jovens que participaram das edições de 2015 falam sobre como foi o processo do concurso
Foto: Renato Moura / Voz das Comunidades
Foto: Renato Moura / Voz das Comunidades

Já imaginou ser eleito a garota ou o garoto da sua favela? O concurso de beleza que bombou no Complexo do Alemão está de volta e promete virar febre em outras comunidades do Rio de Janeiro. As próximas edições do concurso Garota & Garoto da Favela serão em periferias cariocas distintas.

Os jurados são os moradores, responsáveis por votar e eleger a Garota & o Garoto da Favela. Através do aplicativo do Voz das Comunidades, será possível visualizar os participantes, votar e acompanhar a votação em tempo real. Por fim, os dois jovens mais votados ganharão um ensaio fotográfico.

Relembre a história de participantes antigos

O projeto do Voz das Comunidades surgiu em 2013 e já elegeu mais de 20 jovens que esbanjam beleza, carisma e personalidade. Entre estes, Karen Silva que, com 416 curtidas, foi a Garota da Favela da primeira edição de 2015. O que motivou Karen a concorrer foi sua paixão por fotografia e revela que adoraria ganhar um novo book. “Fiquei muito feliz e toda boba! Queria poder tirar essas fotos novamente”, diz.

Karen Silva e Wallace Smith foram eleitos Garota & Garoto da Favela na primeira edição de 2015.
Foto: Renato Moura / Voz das comunidades

A história de Karen no concurso não termina com a vitória. Isto porque, ela incentivou a inscrição do amigo Almir Lima, ganhador da edição mais votada do projeto. Aos 17 anos, foi eleito com mais de 7 mil curtidas e ganhou um dia de beleza num salão.

No entanto, a vitória de Almir não foi apenas a conquista do título de “Garoto da Favela” e sim uma grande campanha contra o racismo. O participante recebeu inúmeros ataques. No total, foram 134 comentários ofensivos. “Na época eu não tinha a maturidade que tenho hoje. Se eu tivesse, teria processado aquelas pessoas que fizeram comentários racista”, afirma. Vale ressaltar que o Voz das Comunidades é contra qualquer tipo de preconceito e discriminação. A nossa atual equipe não permitirá que casos como de Almir se repita.

Ensaio fotográfico de Almir Lima, com 17 anos.
Foto: Renato Moura

Almir Lima conta que não seguiu com a carreira de modelo, mas conclui que se surgisse uma oportunidade atualmente arriscaria na profissão. “Muitos jovens que moram na comunidade sonham em ser modelo, mas pelas circunstâncias do dia a dia as vezes desanimam. Tudo que dá visibilidade ao jovem da comunidade é bom! O projeto levanta a autoestima da pessoa. Quem não gosta de ganhar um concurso e sair na capa do jornal que está rodando na comunidade?”, destaca.

Como se inscrever em 2022

Os moradores interessados devem se inscrever pelo WhatsApp do App Voz no número (21) 98312-5457, entre os dias 1 e 7 de julho. A votação será nos dias 9, 10 e 11 de julho. Fique atento aos prazos!

Todos os candidatos devem mandar uma mensagem para o contato com nome completoidadelocalidade onde mora e até três fotos. Vale destacar que não são permitidas fotos sem camisa e de biquíni. A idade mínima para participar é de 14 anos e menores de idade precisam da autorização do responsável. 

No aplicativo também terá um espaço com informações do participante. É a oportunidade de saber um pouco mais sobre a pessoa. Por isso, é interessante no ato da inscrição mandar uma pequena biografia, falando um pouco sobre si, o que gosta de fazer, com o que trabalha, estuda ou até compartilhar uma curiosidade.

Por fim, lembre-se de baixar o aplicativo do Voz das Comunidades disponível para Android e iOS.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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