Onze de março é um dia histórico para a favela do Vidigal, Zona Sul do Rio de Janeiro. Depois de três anos, para a felicidade dos moradores, e principalmente de estudantes, trabalhadores, idosos que precisam do transporte público, ônibus da linha 109 voltou a atender a comunidade. Os passageiros, comemoram: “É bom ter esse ônibus de volta porque assim, não precisam descer em outros pontos para fazer baldeação, pegar mais um ônibus. O tempo de viagem diminuiu.”
Sem aviso prévio, na época da pandemia em 2019, as frotas de ônibus diminuíram. As linhas 104 e 109 foram as mais afetadas. Primeiro com a redução de horários e depois com a interrupção definitiva. Essa suspensão da linha, afetou diretamente a vida de moradores do Vidigal que dependiam do transporte. A pandemia terminou e tudo voltou ao normal. Menos a linha do 109.
Os moradores do Vidigal sofriam muito com a suspensão da linha de ônibus que passava pela Avenida Niemeyer, principalmente aqueles que tem no itinerário, passagens pelos bairros Jardim Botânico e Botafogo. O ônibus 109, que faz o trajeto Santo Cristo e São Conrado, integra uma das duas linhas que atende a população do Vidigal que vai até à Central do Brasil, no Centro da cidade. Ele opera com intervalo de 30 em 30 minutos, começando a rodar às 5h da manhã.
Com a falta da linha para acessar aos bairros de Botafogo e Jardim Botânico, os moradores do Vidigal realizaram um abaixo-assinado e levaram à Secretaria de Transporte do Rio de Janeiro, reivindicando assim o direito à cidade.
Márcio Farias, presidente da Associação de Moradores, diz como o problema é antigo. “Desde aquele momento (2019) a nossa principal escassez de transporte é no trajeto entre Botafogo e Vidigal. O ônibus para quem trabalha até Copacabana tem, mas para quem trabalha no Jardim Botânico, Humaitá e Botafogo, e é morador do Vidigal, vira realmente um problema grave. Para o Centro, o transporte também é precário, mas ainda tem alguma coisa. Vamos dizer que no geral é escasso, mas as queixas dos moradores se concentra no trajeto para Botafogo e adjacências.”
Foto: Uendell Vinicius / Voz das Comunidades
Mesmo que a linha tenha voltado em março, é possível ver o impacto do transporte na vida dos moradores do Vidigal. No dia da reportagem, a fila para pegá-lo no ponto principal estava grande. “Foi um adianto na vida de todo mundo, inclusive estou esperando ele agora. Ele tem atrasado um pouco… E falando nele, ele chegou!”, diz Gabriele de Oliveira, de 16 anos, moradora do Vidigal. “Eu uso ele bastante, para ir à escola e ao curso, ele é minha única opção”, complementa a estudante.
O Voz das Comunidades entrou em contato com a Rio Ônibus falando sobre a volta da linha. Em nota, sobre a linha 109, a empresa informou que “todas as linhas de ônibus da frota municipal circulam de acordo com as determinações da SMTR (Secretaria Municipal dos Transportes)”.