Foto: Selma Souza/Voz das Comunidades
“Eu me sinto bem aqui, meus filhos e netos também. É como se fosse minha casa”, comenta Dona Moema enquanto explica a sensação de ser ouvida e entendida no Jardim Escola Estrelinha. De origem humilde, a moradora do Complexo do Alemão destaca a importância da creche em sua trajetória. Pois, foi ali que ela compartilhou os relatos de violência doméstica e de abusos que sofreu em alguns momentos da sua vida.
Localizada na Rua São Pedro, 41, na Área 5 do Alemão, Zona Norte do Rio de Janeiro, a creche Jardim Escola Estrelinha promoveu, no último Dia das Mães, em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj, uma campanha contra a violência doméstica, feminícidio e racismo. Criada pela “Tia Rosângela” há mais de 35 anos, o centro de educação infantil é uma companhia diária para as mães e familiares dentro da comunidade.
“O tratamento que a gente recebe aqui é único. É um lugar que nos acolhe, de escuta e de compreensão. Quando sumimos por muito tempo, elas nos ligam, nos procuram em casa e tudo mais. Antes, eu me sentia culpada pelas agressões e situações que vivi. Hoje, entendo que a culpa não é minha”, explica Dona Moema.
A iniciativa da creche Jardim Escola Estrelinha disponibilizou materiais de combate à violência doméstica e contou com palestras e discussões sobre o tema. Além desses destaques, a ação distribuiu presentes para as mães do Complexo do Alemão.
É importante ressaltar que, durante a pandemia do coronavírus, os casos de violência doméstica duplicaram. De acordo com os dados do projeto “Justiceiras”, em 2021, a quantidade de denúncias passou de 340 por mês para 658 em março.