O Ministério da Saúde atualizou o painel de casos na noite desta sexta-feira (29), com os dados sobre a pandemia do novo coronavírus no Brasil. Até o momento, são 27.878 óbitos registrados, 465.166 casos confirmados e 189.476 recuperados. De acordo com o Painel de Atualização de Coronavírus nas Favelas do Rio de Janeiro, criado pelo Voz das Comunidades, foram registrados 1081 novos casos confirmados nas favelas do Rio e 254 óbitos nas últimas 24h. Com os novos casos, as favelas do Rio passaram de mil casos confirmados da doença.
O Painel de Coronavírus nas Favelas é atualizado a partir de informações da Prefeitura do Rio de Janeiro, Governo Estadual do Rio de Janeiro, Clínica da Família Zilda Arns, Clínica da Família Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria – ENSP, Clínica da Família Victor Valla, Clínica da Família Maria do Socorro Silva e Souza, Clínica da Família Anthídio Dias da Silveira, Clínica da Família Rinaldo De Lamare, Cms Dr Albert Sabin e Comitê SOS Providência. A atualização de dados começou no dia 10 de abril de 2020.
Com o objetivo de conter a propagação do vírus, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, determinou no dia 24 de abril o fechamento do comércio em toda a cidade, com exceção de farmácias, supermercados, hortifrútis, padarias, pet-shops, postos de gasolina e lojas de equipamentos médicos e ortopédicos. Ontem (28), Crivella apresentou ao Comitê Científico da prefeitura a proposta dos novos protocolos a serem seguidos, prevendo uma retomada dividida em 6 fases, com a reabertura da atividade econômica na cidade sendo feita de forma gradual e devendo começar nos próximos 15 dias. Mesmo diante do cenário crítico nas comunidades, onde é possível encontrar famílias com pessoas doentes e que ainda não conseguiram realizar o teste, aumentando ainda mais o número de subnotificações, o prefeito planeja o fim da quarentena.
O uso das máscaras
Publicado no Diário Oficial do município do Rio no dia 18 de abril, o decreto nº 47.375 tornou obrigatório uso de máscaras durante a pandemia da Covid-19 e começou a valer no Rio de Janeiro dia 23. O objetivo da medida é conter a disseminação do novo coronavírus. Durante o período de adaptação do uso de máscaras na cidade, projetos e ONGs realizaram ações de conscientização e doações de máscaras, mostrando a necessidade de conter o vírus através do distanciamento social e o uso do novo acessório quando necessário sair de casa.
A regra estabelece multa para estabelecimentos considerados essenciais que permitirem a entrada de pessoas desprotegidas. Pessoas físicas não serão multadas.
Operações durante pandemia
De acordo com a Rede de Observatórios de Segurança, a pandemia não impediu as operações das favelas do Rio de Janeiro, que ocorreram de forma mais frequente e ainda mais letal. Segundo o relatório, mortes em operações policiais no período tiveram uma drástica queda em março, no começo da pandemia (-82,6%), e aumentaram nos últimos dois meses (aumento de 57,9% em abril e 16,7% até 19 de maio).
O último caso registrado em operação policial é o de Bianca Renata, baleada na cabeça na manhã da última segunda-feira (25), na comunidade do Brejo, na Cidade de Deus. Bianca e o marido Júnior estavam dormindo dentro de casa quando foram surpreendidos com a operação policial.
Os dados publicados na pesquisa do Observatório indicam que durante a epidemia, nos meses de abril e maio, as polícias do estado do Rio usaram mais força letal em operações policiais do que em 2019, quando o Rio de Janeiro teve o recorde de 1.810 mortes causadas por intervenção policial.