Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação
A angústia e o medo fizeram parte da rotina de confinamento de Lucas George Luna dos Santos, de 27 anos, enquanto aguardava a devolução plena dos seus direitos de liberdade dentro de um quarto. Durante oito meses, ele conviveu com a condenação de um crime que não cometeu e o julgamento concedido em primeira instância o sentenciava a 15 anos de prisão. Porém, em segunda instância foi absolvido por negativa de autoria.
Morador de Bangu, Zona Oeste do Rio de Janeiro, a vida de Lucas entrou para as estatísticas de jovens periféricos que enfrentam as injustiças cometidas por decisões de juízes e ações policiais. No dia 12 de fevereiro de 2020 e em uma tentativa de se proteger de um tiroteio na praça da comunidade Vila Kennedy, enquanto estava em um coletivo de transporte público, ele perdeu os documentos no local, que foram achados e utilizados por agentes para condená-lo por um crime que não cometeu. A acusação relatava que Lucas era parte do trio de suspeitos que assaltaram um ônibus.
“Eu gostaria que minha história fosse vista como motivação para as pessoas não desistirem de lutar por seus direitos porque é uma coisa muito séria. Só Deus sabe o que passei dentro de quarto, confinado, durante oito meses esperando isso tudo se resolver”, desabafa.