Em outubro do ano passado o Voz das Comunidades contou a história da estudante Yasmin Coutinho, moradora da Travessa Laurinda A casa 69, no Complexo do Alemão. Nove meses se passaram e a jovem, diagnosticada com desequilíbrio de tronco, continua passando dificuldades para sair de casa.
Se já não bastasse as limitações por conta da doença, o caminho que faz para ir escola, ver os amigos e até mesmo ir à igreja é sempre uma aventura que pode causar risco à vida não só da estudante, mas de todas as famílias que vivem na região.
“Eu acho esse caminho muito ruim, precisa melhorar muito! Eu não posso sair de casa quando quero, fico o tempo todo trancada. É de casa para a escola e da escola para casa…Isso quando não chove. Sempre que chove tenho que faltar aula”, comentou Yasmin durante a primeira entrevista para o Voz.
Em 1 de novembro de 2018, um mês após a publicação da matéria no portal Voz das Comunidades, uma reportagem foi ao ar no RJ1 (Globo), onde reforçaram as maiores necessidades da região, onde é possível encontrar além do desnivelamento e falta de pavimentação, muito lixo, esgoto, mato e insetos.
“Até agora não teve mudança alguma, só o caminho que está cada vez cedendo mais. No dia que a Globo veio, um pessoal fez limpeza aqui, mas nada além disso e não tivemos nenhum retorno da Prefeitura com soluções. Enquanto isso eu evito de sair com ela. O caminho é muito cansativo e também fico aqui para não ter que deixar ela sozinha”, conta Angélica Coutinho, mãe de Yasmin, que completa apontando as dificuldades do caminho.
“Tem muita poça d’água e a gente pode escorregar nas pedras. Na segunda feira não consegui levar a Yasmin na fisioterapia por conta do lodo no chão. A gente abre mão de muitas coisas e até na igreja temos deixado de ir. Quarta é um dia que não saímos de jeito nenhum, pois é o dia de abastecimento de água. Como os canos estão quebrados, molha tudo e ficamos ilhadas. Agora estamos sem luz também. Ela fica ainda mais triste, pois além de ficar presa em casa também fica impedida de falar com os amigos.
Moradores que circulam pela região estão arrecadando material de construção. O objetivo é realizar a pavimentação por conta própria, já que a Prefeitura do Rio mesmo ciente nas necessidades ignora a situação da Tavessa Laurinda.