Roberto Silva, cantor e compositor carioca, dá nome a uma das ruas que liga a avenida Itararé a rua Uranos, principais ruas que interligam os bairros de Bonsucesso, Ramos e Olaria. O príncipe do samba, assim denominado pela rádio Tupi, merecidamente, não deixava a desejar, uma vez que o seu estilo e voz eram marcantes e chamavam muita atenção.
Em um desses bate papos, no pós futebol, pelada do grupo Assim somos nós que acontece na Vila da Penha, no conjunto habitacional IPASE (campo da associação), aos sábados, tive a oportunidade de bater um papo com Edmar Gomes e surpreender-me ao saber que ele é um dos filhos de Roberto Silva. Cantamos, apreciamos sua obra e ouvi as mais diversas histórias sobre esse ícone do samba.
Houveram alguns encontros para troca de informações e entre uma pelada e outra, para não nos deixar ir embora, aconteciam eventuais rodas de samba. Embaladas também pelos sucessos de seu pai, sempre impulsionavam um comentário, uma lembrança. “Em nome da diretoria da banda Raízes da Vila da Penha, fui escolhido para entrega da placa de grande reconhecimento e dedicação aos serviços prestados a Música Popular Brasileira ao longo dos seus muitos anos de carreira. ” Edmar Gomes.
Roberto Silva, cantor e compositor carioca – Foto: Reprodução/internet
Roberto Silva, nasceu no morro do Cantagalo, em Copacabana, mas foi criado em Inhaúma. Lugar onde ganhou uma flauta de sua mãe e logo após trocou por violão. Mas gostava mesmo de cantar, onde não seguiu os estudos com instrumentos. Aos 12 anos começa a trabalhar e exerceu várias profissões até iniciar sua carreira como cantor no rádio, em 1930. Dez anos depois Roberto grava algumas canções, e na rádio Tupi ganha o “título” de príncipe do samba por suas interpretações. Após este período os sucessos perduraram pelo álbum Descendo o morro que chegou até ao volume 4 e muitos outros. São 350 discos de 78 rotações, perto de 20 LP’s gravados. Vários desses discos foram redistribuídos em formado CD.
Roberto Silva após participar dos projetos “O samba é minha nobreza”, “Casa de samba” e “Cidade do samba”, foi redescoberto por uma nova geração sambista. Muito tem a agregar este ícone com seu estilo elegante e dolente.
Roberto Silva lutava contra o câncer de próstata e ao ser internado em setembro de 2012, após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC), lúcido, pediu para ser levado para casa e chamou seus familiares. Morreu na madrugada do mesmo dia. Foi enterrado em 09/09/2012, no cemitério de Inhaúma deixando toda essa bagagem para o samba.
Famosos como Caetano Veloso, Beth Carvalho, Zeca Pagodinho e muitos outros, lamentaram sua morte, além das diversas instituições.
A rua Roberto Silva é marcada por sua história, com a presença da igreja de Nossa Senhora das Merces, a predominância de estabelecimentos comerciais, mais de 350 domicílios distribuídos em casas, sobrados e similares.