Projeto social do Alemão arrecada fundos por meio da venda de quadros

Favela Art usa arte como incentivo e atende crianças à partir de 08 anos

Criado em 2014 pela artista plástica Mariluce Mariá, o projeto Favela Art vem transformando as vidas de muitas crianças e adolescentes no Complexo do Alemão através da arte e do incentivo aos estudos. O projeto atende crianças a partir dos 08 anos de idade e busca ter a arte como aliada em suas oficinas artísticas, fazendo assim, com que as crianças usem suas criatividades nos desenhos, pinturas e criações artísticas. 

Além disso, Mariluce contou que o projeto incentiva as crianças e adolescente nos estudos, fiscalizando aqueles que estão matriculados e com presença regular na escola e buscando vagas para aqueles que por algum motivo não estão. Segundo ela, em muitos momentos, encontrou crianças que não estudavam e que os pais nem sabiam o procedimento para colocar na escola. 

Quadros produzidos no projeto (Foto: Matheus Guimarães/Voz das Comunidades)

“No espaço que tínhamos na Palmeiras, as crianças começaram a chegar e falar: tia eu posso te ajudar? E a minha maior preocupação era que essas crianças ficavam o dia todo comigo e não estudavam, aí fui conversar com os pais para entender o motivo dessas crianças não estarem estudando. Alguns eram por falta de vaga, outros por falta de documentos e assim comecei a correr atrás das informações para ajudar essas famílias”, contou ela. 

O Favela Art, sobrevive da venda de quadros que são produzidos por Mariluci e pelas crianças e adolescentes que participam das oficinas artísticas oferecidas no projeto. Cada quadro vendido, dá a oportunidade de comprar material para outras três crianças poderem produzir suas artes. 

Mariluce contou ainda, que desde o fechamento do teleférico do Alemão, ela precisou mudar o projeto de lugar e com isso, a dificuldade em arrecadar fundos para o projetou aumentou, afinal, diminui muito o fluxo de turistas que a comunidade recebia diariamente.  

“Quando o teleférico funcionava e tínhamos o espaço lá em cima, era mais fácil a venda de quadros para manter o projeto. Hoje, buscamos sempre parcerias para colocar os quadros em alguns lugares e assim manter o projeto. Quando não temos quadros, pintamos em CDs, em pedaços de madeira e dependemos da venda deles para comprar as tintas e todo material” 

Mesmo com dificuldades, a artista plástica disse que não desiste de seguir em frente e que encontra na felicidade das crianças o incentivo para seguir firme e, em setembro, os quadros produzidos no projeto estarão na Feira Carioquíssima Gourmet, que será no Boulevard Olímpico da Praça Mauá, nos dias 2, 3 e 4 à partir de 12h.  

Mariluce com a aluna Ana Carolina (Foto: Matheus Guimarães/Voz das Comunidades)

“As crianças sempre me mantem firme no projeto, elas gostam de estar aqui, alguns são uns tipos de monitores, conforme aprendem, ensinam aos outros e assim fazemos nossas pinturas. Hoje, podem encontrar nossos quadros na JoJô Serviços, na Associação de Moradores da Nova Brasília, na Casa de Cultura Cocco Barçante em Petrópolis e também através das nossas redes sociais @favelaart. São com as vendas dos quadros que mantemos o projeto funcionando e atendendo mais crianças”, explicou Mariluce. 

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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