Além de desmoronar, vala expõe mais de vinte pessoas a doenças por causa do lixo
Cerca de 20 moradores da Vila Kleber, da localidade da Alvorada, no Complexo do Alemão, na zona norte, vivem sob ameaça de desmoronamento de suas casas. O risco é consequência de uma vala que fica atrás do local. Por causa da grande quantidade de lixo acumulado, as pessoas ficam também ficam expostas ao risco de contaminação de doenças causadas por insetos e roedores que transitam pelo local.
Segundo relatos dos moradores, a Defesa Civil esteve na localidade há aproximadamente sete anos, quando avaliou as residências, classificando-as como áreas de risco. No entanto, de lá para cá, nada foi feito e nenhuma orientação foi passada. O local também não recebe mais o serviço da Comlurb e os postes improvisados que são usados como canos para reforçar a sustentação das barragens foram doados pela Light, empresa responsável pela distribuição da energia elétrica.
Em uma das casas que moram três pessoas, uma delas é Bruno Lima Dias, uma criança especial de 18 anos. Fabiana Gomes, 38 anos, funcionária de serviço gerais, irmã de Bruno, contou que há cerca de oito anos, a estrutura do cômodo do quarto em que sua mãe dormia chegou a desabar. Hoje, ainda com as infiltrações amostra nas paredes, a mãe de Fabiana precisa dormir na sala.
No cômodo vizinho de Fabiana e mais próximo da encosta que corre o risco de desabar, fica a casa de Josias Benedito Pereira, que é eletricista. Ele mora com 12 pessoas entre esposa, filhos, netos e genros. “Se a gente conseguisse doações dos canos de 150 mm, a gente mesmo dava um jeito. A ideia é fazer uma grande barragem”, afirmou seu Josias.
Outro senhor, Manoel Nunes, de 79 anos é ex-pedreiro e mora na casa do lado direito, contraiu uma micose na perna por causa da vala. Segundo ele, os médicos da Clínica da Família do Alemão – onde ele está se tratando- informaram que uma veia se estourou por causa da doença. Por causa do inchaço, seu Manoel sente dificuldade para se locomover e morando sozinho precisa que o filho que trabalha como mototaxista o leve para fazer os curativos com frequência.
Procurada, a assessoria de imprensa da Defesa Civil do Estado afirmou que o caso era de responsabilidade da esfera municipal. Já do Município não obtivemos resposta até o fechamento desta reportagem.