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Ong VERDEJAR que atua há 15 anos no Alemão é demolida para futura instalação da Light

Na tarde desta segunda-feira, a ONG verdejar que atua há mais de 15 anos voluntariamente em prol  do desenvolvimento sustentável da Serra da Misericórdia e comunidades do Alemão entorno foi desapropriada de sua sede na serra . Foi demolida para que no local seja instalada uma subestação de energia da Light SA.

Ong sendo demolida ontem a tarde / Divulgação

“Nesse período em que estamos lá, na vertente do bairro engenho da rainha  ocupamos a área para que esta tivesse condições de se tornar um Parque e colaborasse para a qualidade de vida da população local e fosse um refúgio de biodiversidade na região mais densamente povoada e poluída da cidade do Rio de Janeiro. Realizamos caminhadas e mutirões ecológicos, participamos da articulação de agroecologia e da rede de agricultura urbana do Rio de janeiro, fortalecendo a agroecologia. No final dos anos 90 um grupo de grileiros tentou se apossar da área e vender os terrenos, mas com a militância foram impedidos pelo Ministério Público e Justiça. Além dessa, aconteceram várias outras tentativas de ocupação da área ilegalmente que conseguimos combater. Se não fosse a nossa presença ali estima-se que teria se formado o maior conjunto de favelas pela união dos complexos do Juramento, Alemão e da Penha. A única ação da prefeitura foi decretar 2 unidades de conservação, que não foram regulamentadas, e na prática só tá em curso o projeto mutirão de reflorestamento. Recebemos a informação do interesse da LIGHT SA. em fazer a subestação ali há mais ou menos um ano e meio, nunca nos negamos o diálogo e nos contatos que tivemos com seus representantes apontamos 3 alternativas de lugares para a obra, a importância desta área de lazer para a comunidade (que tem um campo de futebol tambem), e a necessidade de eles terem que realizar um estudo de impacto de vizinhança e cumprirem as devidas compensações ambientais e indenizações. Até então a afirmativa era de que eles estavam apenas em estudo, sondando o terreno e contando as árvores do local. Continuamos tentando contato com eles sem retorno, pois os antigos técnicos que nos atendiam afirmavam que não estavam mais no projeto e que nos passariam para os responsáveis, o que não ocorreu. Nós nem sabíamos da existência de um processo de desapropriação. Apesar de ter sido negado pelo Juiz da 7ª vara cível do méier, uma desembargadora do Tribunal de Justiça do RJ decidiu a favor da empresa, negando a nossa existência e todas as nossas benfeitorias no local, nem mesmo o fato de terem que nos avisar previamente e o fato consumou-se hoje. Por sorte, conseguimos contato com o deputado Marcelo Freixo que disponibilizou um assessor seu que é advogado e nos acompanhou até a defensoria pública do mesmo bairro (méier), onde um defensor  nos atenderá amanhã. Também citamos o apoio de um estagiário da comissão de direitos humanos da ALERJ que nos passou o contato do núcleo de terras da defensoria que nos deu um primeiro atendimento. Enfim, mais uma vez o estado (na pessoa de uma concessionária deste) passa por cima como um rolo compressor da sociedade civil e a justiça mostra que é caolha.” – diz a organização.

Para conhecer o trabalho deles e o grande fundador, assista: http://www.youtube.com/watch?v=7NW10Swe5fQ http://www.youtube.com/watch?v=AfFEK1HhPlw

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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