Comunidade está em alerta e pede que teleférico não pare de funcionar
Ele foi inaugurado no dia 7 de julho de 2011. Desde então é administrado pela SuperVia. O teleférico do Alemão integra o sistema de transporte ferroviário, sendo considerado o primeiro transporte público sustentado por cabos no Brasil. Para os moradores das comunidades do Conjunto de Favelas do Alemão, o veículo é fundamental no dia a dia de quem vive nas partes mais altas.
No total, existem seis estações espalhadas pelo Complexo do Alemão, são elas: Bonsucesso/Tim, Adeus, Baiana, Alemão, Itararé e Palmeiras. Em 152 gôndolas, cada uma com capacidade para carregar oito passageiros, são transportados diariamente cerca de onze mil moradores e visitantes por seus 3,5 quilômetros de extensão. Da primeira estação, em Bonsucesso, até a última, Palmeiras, a viagem dura aproximadamente 16 minutos.
Nos últimos tempos, ocorreram diversas paralisações no serviço. Entre as causas, podemos destacar os tiroteios constantes, que fazem o transporte parar por momentos, e grandes manutenções, quando os moradores sofrem durante semanas até a reabertura das estações. A última vez em que o teleférico do Alemão parou para manutenções foi no dia onze de abril e voltou no mês seguinte, dia quatro de maio, operando em horário parcial e de maneira assistida, após a conclusão da primeira parte da manutenção preventiva obrigatória.
Moradora do Complexo do Alemão há 15 anos, Diane da Silva Oliveira, de 32 anos, usa diariamente o transporte desde 2013 para levar os filhos à escola e ir para a faculdade. Ela relatou como foi viver sem o teleférico durante esse tempo.
“Assim que o teleférico inaugurou, achei que não me traria muitos benefícios. Eu não vinha muito a Bonsucesso. Um tempo depois, eu comecei a fazer faculdade e meus filhos entraram na escola, e o teleférico começou a fazer toda a diferença. Pegava ele para ir à aula, para deixar e buscar meus filhos na escola, com o cartão de morador. Fazia todo esse trajeto de graça. Com a paralisação, comecei a gastar R$ 35 reais por dia. Às vezes, quando eu não tinha dinheiro para pegar um ônibus, ia a pé aos meus compromissos.”
Diane diz que devido ao prejuízo financeiro, acabou atrasando o pagamento de algumas contas para custear as viagens.
“Estou com uma conta atrasada. Na operação “tapa buraco”, rei de um lado para colocar em outro. Além de tudo isso, quando o teleférico está parado, tenho que sair mais cedo da aula, por causa do trabalho. Estou sendo prejudicada financeiramente e também na faculdade. Meus filhos de 7 anos estão prejudicados. No início da paralisação, por não estarem acostumados, acabavam faltando à aula. Não estavam tendo o mesmo rendimento. Cheguei a ir à escola conversar com a diretora.” Os moradores já estão em alerta e apreensivos. O teleférico não pode parar!