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Moradores e comerciantes da Grota sofrem com esgoto a céu aberto

Com cerca de vinte bueiros entupidos, outra preocupação dos moradores são os alagamentos em dias de chuva

Há cerca de três meses, quem passa pela escadaria da Grota, na rua São José, sofre com o mau cheiro e a sujeira de dois bueiros abertos. Tomando parte da escada, fica di cil passar por lá sem se incomodar com a quantidade de lodo e água suja escorrendo. O sobe e desce na escada é grande, ela serve como atalho para o Morro da Alvorada. Recebemos a denúncia da moradora Andreia Pinheiro pelo WhatsApp do Jornal (21 99535-9185) e fomos lá conferir.

“Minha irmã mora em frente a um dos bueiros e outro dia escutou que uma menina tinha caído lá. Já era tarde e ela não abriu o portão porque tem medo, mas disse que ouviu muitos gritos de dor. Parece que a menina tinha torcido o pé”, contou a moradora que se preocupa com seus filhos que também passam por ali diariamente.

Cláudio Cardoso, mais conhecido como Claudinho do Lava Jato, trabalha no fim da escada e sofre com a falta de higiene do ambiente. “Atrapalha não só a mim,como a todo mundo. O cano está entupido. Eu mesmo fiz uma calha pra água poder escorrer para outra saída. A CEDAE já veio aqui e desentupiu um pouco. Mas desce lixo, sujeira, né? No outro dia já estava entupido de novo. Só vejo solução quebrando e colocando um novo cano”. Com medo de acidentes, Claudinho dá jatos de água com frequência na escada para não acumular lodo.

Procuramos por Marquinhos Balão, presidente da Associação de Moradores, que já tomou as medidas possíveis para o problema. “Entramos em contato com A CEDAE várias vezes, nós mesmo já desentupimos. A prefeitura abandonou o morro! Eu compro ferros pra fechar os buracos abertos com recursos próprios e estamos cobrando providências emergenciais da Prefeitura, mas até agora ninguém veio”.

Segundo o presidente, a Grota tem em média vinte bueiros abertos e a Associação busca remediar. “Eu nem sou cobrado pela comunidade porque estamos sempre conversando e eu mostro que tenho feito o possível. Eu instalo grades por conta do lixo e mando limpar toda semana, mas tá complicado”, desabafou Marquinhos.

Outra preocupação da comunidade são as chuvas que alagam até um metro da Rua Joaquim de Queiroz. Com os bueiros entupidos, o risco de alagamento é ainda maior. Moradores e Associação buscam formas de contornar a situação, mas não conseguem resolver o problema. Estão sendo aguardadas respostas e medidas da Prefeitura do Rio.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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