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Lixo toma conta da calçada e pedestres arriscam suas vidas caminhando na pista

A moradora Edvania Moura, de 28 anos. Foto: Renato Moura/Jornal Voz da Comunidade
A moradora Edvania Moura, de 28 anos. Foto: Renato Moura/Jornal Voz da Comunidade

Cena é comum para moradores e comerciantes, mas gari comunitário afirma que coleta acontece duas vezes por dia na Av. Itaóca

Quando o local que fica em frente ao antigo banco Itaú, na Avenida Itaóca, não fica tomado por lixo, os pedestres ainda conseguem caminhar na calçada. Mas se tornou uma cena comum ver os moradores trafegando pela pista e arriscando suas vidas. O pedido da população vai além da coleta de lixo; pede-se educação e conscientização para que a vizinhança jogue o lixo no devido lugar, pois mesmo com duas lixeiras enormes, que em geral ficam vazias, a localidade fica tomada pela sujeira.

A moradora Edvania Moura, de 28 anos, relatou que às vezes precisa passar com o filho de oito anos na rua. “Meu apartamento é aqui na frente. Hoje está até vazio, mas tem dias que não tem espaço na calçada”, declarou Edvania, revoltada.

Um gari comunitário, que preferiu não se identificar, afirmou que geralmente a coleta acontece duas vezes por dia e, quando só passa uma vez, a calçada fica realmente lotada. “As pessoas não têm o hábito de jogar o lixo nas lixeiras, elas jogam do lado. A falta de educação é o maior problema”, declarou o gari, que trabalha há 15 anos na região.

Uma senhora que estava passando com o neto na calçada durante esta reportagem reclamou que, por conta do lixo, já foi até machucada por um retrovisor de carro. “Estava com David Kaique, de cinco anos, quando fui atropelada. Outra coisa que me incomoda aqui é o mau cheiro. Não compro nenhuma comida nessa rua”, contou a moradora Ana Paula Rosa, de 43 anos.


Moradora Ana Paula Rosa, de 43 anos. Foto: Renato Moura/Jornal Voz da Comunidade

Para manter o local limpo, a conscientização do morador é fundamental. Vale lembrar que, além dos transeuntes, os maiores prejudicados acabam sendo os comerciantes, que perdem clientes por causa do cheiro desagradável que fica na área.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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