O desfile “Compleshion” aconteceu e foi tudo um grande sucesso. O Favela é Fashion e sua produtora, Juliana Henrik, atingiu mais uma meta. O evento, apresentado por Roberta Meireles e Helcimar Lopes, teve como tema a história do Complexo do Alemão. O desfile teve de tudo, de índia até figurinos simulando as obras dos prédios do PAC e sobrou até para o cinema da Praça do Conhecimento, cada roupa tinha um significado diferente. Outra grande surpresa que emocionou o público foi a entrada de três modelos com cerca de 7 a 10 anos de idade, com a frase “Vamos mudar o mundo” escrita em suas camisetas. Logo no fim do evento, os modelos do projeto resolveram prestar uma homenagem para sua produtora, com direito a texto e até banner com uma foto de todos os participantes do projeto.
Juliana Henrik passou cerca de 5 meses estudando toda a história do Complexo do Alemão para então realizar o desfile Compleshion, além de um longo período planejando e criando todos os figurinos. Outra coisa que devemos enfatizar é a homenagem feita ao Voz da Comunidade, quando a modelo Daiene Souza Salles entrou com um vestido simulando um jornal representando a gente.
Daiene representando a Voz da Comunidade com um vestido semelhante a um jornal / FOTO: Renato Moura
“Ser escolhida para representar a Voz da Comunidade foi muito importante pra mim, faço parte do Favela é Fashion há cerca de 7 meses e esse desfile foi a realização de um grande sonho, pois desde de criancinha eu sempre desejei ser modelo. Atualmente não sou moradora do Complexo do Alemão, mas tenho orgulho de representar essa comunidade” declarou Daiene Souza de 19 anos, moradora de Brás de Pina.
Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.
