Familiares acusam policiais de terem torturado vigilante no Alemão

 “Eles vão me matar, pode ter certeza que vou estar morrendo hoje…” disse Fernando antes de morrer

Familiares e amigos de Fernando de Oliveira Filho, 43 anos, acusam policiais civis da 45ª delegacia de policia civil – que fica no alto do morro da Alvorada – de terem torturado e assassinado o vigilante na noite deste último sábado (02). Segundo relatos dos familiares, Fernando sofria de problemas psicológicos, informando pelo telefone, que iria se encontrar com sua ex-esposa em frente a delegacia que fica no alto da comunidade. Antes de morrer, o vigilante ligou para seu irmão e informou que estava sendo ameaçado de morte em frente a 45Dp: “Eu tô aqui em frente a 45Dp, estão em ameaçando, eles vão me matar…” contou o Fernando por telefone.

Atestado de óbito aponta causa da morte do vigilante

A conversa entre o vigilante e seus parentes durou cerca de cinco minutos. “Eles vão me matar, pode ter certeza que vou estar morrendo hoje. Eles vão me matar aqui na 45 (delegacia)” contou Fernando pelo telefone. No final da gravação um homem que ainda não foi identificado, pegou o telefone e chegou a conversar com o irmão de Fernando: “Ele tá aqui na delegacia, em frente a Upp Nova Brasília na estação do Itararé…” Fernando foi socorrido por agentes da própria delegacia para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão, localizado na Estrada do Itararé.  A causa da morte do vigilante, segundo laudo médico, foi de Asfixia, Trauma Torácica e Ação contundente. Familiares ainda contaram que o corpo do vigilante chegou com marcas nos pulsos e inchaço.

O Ministério Público, Secretaria dos Direitos Humanos e a Secretaria de Segurança pública já foram notificadas e estão no caso. Até o final dessa matéria, a assessoria da policia civil ainda não se prontificou sobre o caso.

 

Ouça o áudio da conversa completa:

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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