Ex-criminosos do Complexo do Alemão, Mister M e J Vitorino ganham nova chance e estreiam como modelo

A pacificação de comunidades do Rio de Janeiro criou uma nova profissão: a de ex-traficante. Moradores do Complexo do Alemão e com passagem pelo tráfico, Diego da Silva, o Mister M, e J Vitorino são dois exemplos dessa nova realidade. Ajudados pelo AfroReggae, eles aprenderam novos ofícios, sonham com uma nova vida, mas enfrentam desconfiança de muita gente, principalmente de autoridades policiais, que acham que tudo não passa de encenação. Mas, vida que segue. Diego e J. Vitorino querem seguir carreira de modelo e fazem uma pré-estreia especial na Retratos.

Diego, de 26 anos, está aprendendo a editar vídeos. Com 75 kg distribuídos em 1m85, o ex-traficante é a nova promessa das passarelas após ter caído nas graças de Rony Meisler, dono da Reserva. Ele vestia uma camisa pólo da grife quando foi levado para a delegacia pela mãe: “As pessoas diziam: ‘Menino sai dessa vida’. Sempre ouvi elogios sobre o meu rosto e o jeito de andar. Para nós que vivemos na favela, sem sonhos, é uma alegria”.

J Vitorino, de 25 anos, trabalha hoje como cinegrafista do programa “Conexões urbanas”. Numa das reportagens, ele pulou para a frente das câmeras e chegou a dividir um rap com o senador Eduardo Suplicy. “A profissão de modelo para mim é nova, mas sempre gostei de fotografar, conta Vitorino, de 1, 84m e 74kg, que completa: “Essa oportunidade serve de motivação não só para mim como para outros tantos jovens que sonham em mudar de vida”.

Mister M e J Vitorino vestem Taco. Produção: Rita Moreno

FONTE: http://extra.globo.com/famosos/ex-criminosos-do-complexo-do-alemao-mister-e-vitorino-ganham-nova-chance-estreiam-como-modelo-2609635.html – 10/09/2011

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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