Esgoto entupido causa transtornos aos moradores e comerciantes da Av. Itaóca

Segundo comerciantes, situação é recorrente e dificulta trabalho

Um entupimento no esgoto na Av. Itaóca, altura do número 2264, vem trazendo um enorme transtorno para os moradores e comerciantes que diariamente precisam lidar com o caos da água suja escorrendo, mal cheiro e o grande número de mosquitos.

Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades

José Cícero, comerciante que trabalha há mais de 13 anos no local, conversou com a equipe do Voz e relatou que a situação já é rotina.

– Eu tenho 13 anos aqui e isso acontece toda hora. Junta chuva, lixo, eles vêm aqui só jogam um jato de água forte, desentope e aí não dá nem uma semana e volta tudo – contou ele.

José ainda ressaltou que na última sexta-feira (15) a equipe de conservação da prefeitura esteve no local, mas que bastou a chuva do final de semana para o entupimento voltar.

– Na sexta-feira (15) os funcionários da conservação tiveram aqui e desentupiram, eles até falaram que ia demorar a entupir de novo, mas veio a chuva e voltou tudo – ressaltou ele.

Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades

Além de todo o transtorno pelo entupimento e mal cheiro, os comerciantes também tem receio da dengue devido ao acúmulo de mosquito e ainda ressaltaram o grande números de moscas que afeta a região.

– Tem lodo, acúmulo de água parada, enche de mosquito. Já tive dengue e tenho medo de ter novamente  – Contou Julieta Silva.

Começando o seu trabalho agora com uma barraquinha de Açaí, Tamires Pereira contou que as moscas atrapalham demais o seu trabalho.

– Estou começando hoje (19), trago tudo limpinho, fechadinho, álcool 70° pra manter limpo e higienizado, mas essas moscas ficam em cima de tudo – disse ela.

Com cerca de 20 metros de esgoto pela calçada, há partes com lodo, lixo e muitos mosquitos, e de acordo com Ricardo Wagner, nos últimos anos isso acontece o tempo inteiro.

– Não sei o que vem acontecendo no Rio, há muito abandono e nos últimos cinco anos o caos se instalou, aqui na Itaóca em todos os pontos tem esse caos, é esgoto vazando, lixo por todos os lados e os nossos governantes parecem não ligar – disse ele.

Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidade

Outro ponto abordado pelo gráfico, é o acúmulo de lixo que piora a situação que já é caótica.

– Vivemos uma situação de abandono pelos governantes e infelizmente, algumas pessoas não colaboram e saem jogando lixo aonde não devem, e, junta a falta de manutenção, com o aumento da população local, sem uma obra que torne o esgoto com a drenagem local suficiente. Infelizmente, estamos à mercê da sorte – lamentou Ricardo.

Durante a presença da equipe do Voz das Comunidades no local, uma equipe de Conservação da Prefeitura do Rio, chegou para atender o chamado dos moradores e comerciantes. Em conversa, um dos funcionários comentou o trabalho que seria feito no local.

– Nossa equipe nem é a da região, apenas recebemos o chamado e viemos, e na situação que vimos aqui, colocamos uma mangueira que tem o trabalho de sugar o lixo para trás e também de abrir espaço para água passar com os jatos de água – revelou ele.

Foto: Vilma Ribeiro/Voz das Comunidades

Ao ser questionado sobre a reclamação dos moradores do problema ser recorrente, o funcionário falou que o questão do lixo é uma das coisas mais afetam de maneira negativa.

– O bairro cresceu, o que trouxe uma demanda maior para a tubulação e quando vem a chuva há um acúmulo de água maior que se junta com o lixo fora do local e causa esse transtorno. Temos que fazer nosso trabalho de conservação, mas a população tem que trabalhar em conjunto evitando jogar lixo na rua. Sempre tiramos muito lixo dos bueiros, vocês nem imaginam o que encontramos- contou ele.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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