Escola é invadida no Alemão e boneco uniformizado causa pânico

Sujo de tinta vermelha, boneco é deixado ao lado de barra de ferro

Alunos do CIEP Maestro Francisco Mignone, localizado na rua Itapé, no Complexo do Alemão, ficaram sem aulas nesta segunda-feira por conta de uma invasão à escola que aconteceu na última madrugada. No início da manhã, um boneco vestido com uniforme escolar foi encontrado em uma das salas, sentado em uma das carteiras e coberto de tinta vermelha, remetendo a ideia de sangue.

Boneco vestia o uniforme das crianças e estava sujo de tinta vermelha. Foto: Morador/Voz das Comunidades Comunidades

“Quando abrimos a porta ele estava na sala. Pegaram tinta e jogaram em cima pra parecer que é sangue e o braço do boneco estava quebrado. Tinha uma barra de ferro virada em direção a cabeça, como se fosse uma arma. Comecei a chorar”, conta Aline Santos de Souza, mãe de uma aluna. A auxiliar de serviços gerais completa dizendo que além do boneco, que assustou quem viu a cena, outras salas também foram vandalizadas. “Tinha pó de café, manteiga e mais um monte de coisas jogadas pelo chão.”

Funcionários encontraram a escola vandalizada. Foto: Morador/Voz das Comunidades

De acordo com dona Ângela, funcionária do CIEP, a situação acontece com frequência.

“Isso já vem acontecendo ao longo dos últimos dois meses. Eles invadem e tiram as placas de alumínio, mas essa noite foi só vandalismo mesmo. Tiraram o ar condicionado do lugar e roubaram os fios de cobre. Os professores estão com medo dizendo que isso é uma ameaça”.

A convite da secretária de educação, Talma Romero Suane, um grupo de pais vai participar de uma reunião na prefeitura com o intuito de discutir soluções e estratégias para que novas invasões sejam evitadas e medidas de segurança sejam tomadas.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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