Cerca de 50 moradores participaram da caminhada por toda a principal rua de acesso da comunidade do Alemão
O ato reuniu moradores, comerciantes e pessoas de fora da comunidade em um único só pedido; o fim da Violência e a luta por direitos. O ponto de encontro de partida para a caminhada foi na Rua Joaquim de Queiroz parte de entrada da comunidade e de lá, as 10h, os moradores caminharam por toda a via. Passando por locais bem complexos, com grandes índices de violência, como o “Largo do Bulufa”, “Areal”, “Sabino” e “Canitá” que recentemente está ocupada com uma barreira policial, os moradores protestavam pela a falta de investimento no território abandonado e pela a constante onda de violência nesses locais. “A gente sabe que a paz é o discurso da guerra, a gente está pedindo a liberdade de viver sem uma realidade onde tem um dedo apertando para um gatilho com balas ditas perdidas..” relatou um dos organizadores do movimento Raul Santiago do “Coletivo Papo Reto”. Na caminhada, Danielle Andrade conhecida como Mc Babaloo, cantou uma de suas músicas, “Paz e Liberdade” que fala sobre a constante onda de violência na região. “De 2010 pra cá muita coisa mudou. Já morreram inocentes, muita mãe que já chorou..” conta um de seus refrões.
Uma das principais revindicações dos manifestantes era a saída de uma Base de Policia Pacificadora que está instalada dentro de um terreno escolar do Colégio Caic Theophilo Pinto, na comunidade da Nova Brasília. O colégio tem sido atingido por balas perdidas quase periodicamente. Cerca de 50% dos alunos deixaram o colégio, professores e alunos reclamam do convívio da base com o a escola. “É muito complicado estudar lá. Os alunos querem estudar mas somos vitimas da violência em um lugar de educação. Quando começa os tiros, todos os alunos correm para os corredores e isso é humilhante. já pensei em abandonar os estudos…”Conta um aluno que por medo preferiu não se identificar.
A passeata passou por pontos de ocupação militar, como Quadra da Canitá e Campo do Sargento. A quadra da Canitá que seria um espaço de cultura para os moradores, foi transformado em uma especie de “Bunker” militar onde os agentes passam o tempo lá. A barricada militar fica na porta de entrada da quadra inutilizada. Após passar por todos os lugares criticos do Complexo do Alemão, a caminhada terminou no final da Rua Joaquim de Queiroz.