Buraco interrompe trânsito e moradores ficam sem transporte
Desde as chuvas fortes que atingiram a cidade no último feriado de carnaval, um imenso buraco de mais de 2 metros de profundidade se abriu na Av. Itaoca próximo ao número 2751, na comunidade do Parque Everest, em Inhaúma.
Com isso, o dia a dia dos moradores que ficam às margens da avenida foi afetada e todos os ônibus que passavam pela via tiveram seu itinerário alterado. São os casos das linhas: 292, 311, 402, 445, 492, 629, 711, 908.
Alguns automóveis ainda conseguem desviar o caminho pela Rua do Rio, mas muitos preferem não arriscar e fazem o contorno para evitar passar por cerca de 1 km da via que foi afetada.
Quem depende do transporte público, precisa andar uma longa distância para conseguir embarcar. A rotina de quem antes utilizava apenas uma passagem, agora são dois ou três gastos a mais para conseguir chegar ao destino. O retorno pra casa também é uma grande dificuldade para quem vive no local.
“Para ir a escola eu tenho que sair de casa mais cedo e andar cerca de 10 a 15 minutos pra pegar o 908 e ninguém avisou nada. Um belo dia eu sai pra estudar e fiquei em pé no ponto esperando, até que todo mundo começou a andar em direção a estrada do Timbó e eu fui junto. Foi quando fiquei sabendo que o ônibus tinha mudado o trajeto por causa de um buraco que abriu no meio da pista e a avenida foi fechada. Entrei na internet pra saber onde os ônibus estavam passando e não tinha nenhum aviso da empresa”- relata Tifani, que mora próximo a Nova Brasília e depende do transporte público para ir a escola.
“Eu trabalho no Centro e antes eu pegava o 292 pertinho de casa, agora tenho que andar muito. A gente que mora aqui acha que a frota desse ônibus é muito pouca para atender todo mundo e por isso vive cheio, agora depois desse problema, ele tá andando mais lotado que o normal porque as pessoas estão tendo que pegar vários ônibus pra chegar em casa. Na volta eu tenho que soltar num ponto bem distante e ir caminhando pra casa, esse é o jeito” – disse Jenifer que trabalha no centro e depende das linhas de ônibus da região para chegar ao trabalho.
“Não tem prazo! O prazo é pra ontem!
Segundo Romildo Jucá, superintendente da região, engenheiros e funcionários da CEDAE estiveram no local e estudaram as possibilidades para a execução de uma obra emergencial. Em seguida, deram início aos procedimentos administrativos para que começassem os trabalhos, porém, não existe prazo para a conclusão do reparo do buraco e nem para a liberação da avenida.
“Não tem prazo! O prazo é pra ontem! Lançamos no Diário Oficial o fechamento da rua para que possa acontecer as obras emergenciais, mas a prefeitura já está atuando e a qualquer momento as máquinas chegam para dar início aos reparos. Só que existem critérios que não podem ser burlados e o prefeito quer fazer as obras com muito cuidado. A primeira medida foi livrar as pessoas do risco de vida isolando a o buraco, a CET RIO publicou o fechamento da via e as empresas de ônibus foram avisadas, mas o processo administrativo tem que ser seguido a gente não pode sair fazendo sem obedecer os trâmites.” – conta Romildo.
O solo entorno do Timbó, rio que corta a Av. Itaóca, vem sofrendo erosões ao longo de muito tempo. Para moradores da comunidade Parque Everest, o surgimento de buracos na região não é nenhuma novidade, já que a cada chuva que atinge o local faz com que ocorra deslizamentos e cause aparecimento de rachaduras e buracos no entorno.
“Nós estamos cansados! Esse buraco que está no meio da via é recente, agora tem um que se abriu dentro da oficina que é do tamanho de um quarto e já faz 1 ano e 3 meses que está ali. Existem pessoas que tem 15 laudos de interdição aqui na comunidade mas ninguém sai. Já foi oferecido aluguel social mas nem todo mundo quer, não dá pra manter uma família com 400 reais, como fica nesse impasse? A situação que você encontra é essa. Tem esse buraco dentro da oficina, o que se abriu no meio da Itaóca e aquele pequeno que tá começando a se abrir do outro lado da rua também! Todos esses começaram assim, pequenos e hoje estão gigantes.” – disse um morador que pediu para não ser identificado.