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Artigo | Tem jeito de diminuir o lixo no lugar em que a gente mora?

Colunista: Beatriz Diniz | Revisado por: Gabi Coelho | Foto: Reprodução/Internet

Ninguém gosta de lixo. Só que todo mundo produz lixo diariamente. E nem tudo que a gente chama de lixo é lixo. A gente até consegue saber que muito do que vai pro lixo pode ter outras funções, mas, nem sempre dá pra fazer em casa por falta de tempo, espaço. Também não dá pra esquecer que as prefeituras deveriam avançar na gestão do lixo nas cidades em vez de manter a desigualdade no atendimento dos moradores pelo serviço público de limpeza. Será então que tem jeito de diminuir o lixo no lugar em que a gente mora?

Ah, com certeza tem! Pergunta lá no grupo do whatsapp se alguém conhece alguém que tem projeto ou negócio de coleta de recicláveis, de reciclagem, de educação ambiental, de horta, de biblioteca, de mutirão de limpeza, de brechó. São iniciativas que precisam das coisas que a gente joga fora como lixo: garrafas plásticas, caixas de papelão, restos de verduras e frutas, revistas, livros, roupas. E é com essas iniciativas que a gente diminui o lixo no lugar em que mora, sem precisar fazer em casa nada mais do que separar o que serve e daí entregar pra quem usa.

A Juliana Henrik e o Willian Corrêa, colunistas do Voz, mandaram no whatsapp a dica de duas iniciativas extraordinárias: O Reciclim e o Birimba Birimbau!

Reciclim

A lixeirinha Reciclim é um personagem infantil, criado pelo João Goveia como um super-herói do meio ambiente para histórias em quadrinhos. Ganhou vida em Queimados, agora mora no Alemão, e vai fazer Educação Ambiental aonde for chamada.

Reciclagem, poluição, energia, aquecimento global são temas que a lixeirinha Reciclim leva pras crianças. É uma iniciativa de conscientização pro presente e pro futuro, com quadrinhos, brincadeiras e jogos. A criançada adora e aprende brincando a cuidar da natureza.

E tem novidade chegando no projeto do João e do Ronilson Ledra: um game! A lixeirinha Reciclim tem uma página no Facebook, clica aqui e curte lá!

Birimba Birimbau

Maurilio Birimbau é Educador Ambiental de alto impacto. Na cidade partida, ele soma o que sabe com famílias do morro e do asfalto em Vila Isabel. Coleta materiais recicláveis, realiza atividades educativas com crianças, oficinas com adultos, campanhas e exposições, cria móveis sustentáveis reaproveitando de um tudo, estimula moradores a separar recicláveis que vão pra Cooperativa de Catadores de Materiais Recicláveis do Morro dos Macacos [COOPLIMPAR]. O Centro de Cultura Social [CCS] apoia cedendo o espaço.

E não, ele não é um ambientalista da zona Sul fazendo trabalho voluntário nem é financiado por governos ou empresas. Birimbau trabalha “na coleta, limpeza, triagem, armazenamento, reaproveitamento e destinação correta de resíduos”, é um agente de serviços ambientais [de acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS] que a sociedade brasileira ainda insiste em não valorizar mesmo com os benefícios que gera pras cidades.

Birimba Birimbau tem suas ações registradas em blog!

Gestão do lixo é pra envolver governantes, empresários e moradores

É fácil falar que “o povo é porco, sem educação” quando se tem caminhão de lixo passando na porta de casa e até coleta seletiva. E é o que mais acontece, né? Pessoas sem noção das realidades dando pitaco, repetindo achismos, aceitando que as cidades sejam “administradas” com absoluta desigualdade de acesso a serviços públicos.

A cidade em que o serviço público de limpeza atende melhor conforme a localização obriga a gente a se virar pra não sofrer ainda mais com mal cheiro, proliferação de bichos, doenças. Enquanto a Comlurb fica agarrada nas justificativas de que há erro na contagem de moradores e de que as vias são estreitas, o serviço segue inadequado, sem atender às necessidades dos moradores e sem ajustes que melhoram a gestão do lixo nas favelas cariocas.

O Brasil tem uma Política Nacional de Resíduos Sólidos, que estabelece responsabilidades compartilhadas entre governos, empresas e sociedade. Isso quer dizer que lidar com o lixo é responsabilidade da gente, mas não apenas da gente, e requer uma gestão que toda prefeitura precisa implantar, cumprir e divulgar para que empresários e moradores façam sua parte. Até que isso ocorra, bora validar mais iniciativas que já são realizadas nas favelas cariocas. No site Rio On Watch dá pra ver várias.

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EDITORIAS

PERFIL

Rene Silva

Fundou o jornal Voz das Comunidades no Complexo do Alemão aos 11 anos de idade, um dos maiores veículos de comunicação das favelas cariocas. Trabalhou como roteirista em “Malhação Conectados” em 2011, na novela Salve Jorge em 2012, um dos brasileiros importantes no carregamento da tocha olímpica de Londres 2012, e em 2013 foi consultor do programa Esquenta. Palestrou em Harvard em 2013, contando a experiência de usar o twitter como plataforma de comunicação entre a favela e o poder público. Recebeu o Prêmio Mundial da Juventude, na Índia. Recentemente, foi nomeado como 1 dos 100 negros mais influentes do mundo, pelo trabalho desenvolvido no Brasil, Forbes under 30 e carioca do ano 2020. Diretor e captador de recursos da ONG.

 

 

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