Um levantamento realizado pelo governo do Estado do Rio de Janeiro mostrou que 26% das pessoas que vivem em comunidades não possuem banheiro em casa. Os dados fazem parte de um censo realizado com moradores de 17 localidades que serão atendidas pelo programa social Na Régua, uma iniciativa da Secretaria de Infraestrutura e Obras com a Subsecretaria de Habitação. O projeto também conta com uma parceria com a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj).
Casas em comunidades do Rio de Janeiro, muitas vezes, apresentam estruturas precárias, com serviços básicos em falta. Energia elétrica e água encanada são fatores que muitas famílias não possuem em seus lares. Além do mais, o número de pessoas da mesma família que dividem cômodos também é algo que impressiona. A pesquisa mostrou que, em muitas casas, mais de três pessoas da mesma família dividem o mesmo cômodo domiciliar.
O censo também mostrou que 72% dos lares visitados são chefiados por mulheres e 29% das famílias vivem em pobreza extrema, fator gritante que evidencia as realidades destas pessoas. O desemprego que as atinge também obriga essas pessoas a desempenharem funções de trabalho informal. O dinheiro que entra em casa serve apenas para sobrevivência, sendo impossível ser investido na infraestrutura da casa.
O Na Régua já atendeu mais de 2.842 residências. O programa presta atendimento priorizado à pessoas cuja renda mensal é de até 3 salários mínimos, possuam um único imóvel e morem no local há pelo menos 3 anos. Se a renda familiar é maior, o programa presta assistência técnica gratuita, com acompanhamento de profissionais da área de construção civil. Os custos de obras ficam por conta dos moradores.