No último fim de semana, alunos do Abraço Campeão subiram ao pódio em campeonatos de boxe no Rio e em São Paulo. No total, três lutadores do Complexo do Alemão saíram vitoriosos: Leonardo Omena foi Campeão Carioca; Yuri Brenner foi Vice-campeão Carioca e Lucas Cardoso foi Vice-campeão da Forja de Campeões em São Paulo. As conquistas representam o esforço da instituição que há mais de dez anos transforma vidas através das artes maciais.
“O Abraço Campeão desenvolve o potencial desses jovens e inspira eles a se tornarem protagonistas da própria história e autores do seu próprio futuro através das artes marciais. O processo de participação do campeonato acontece com a inscrição dos atletas na Federação, tanto do Rio quanto de São Paulo. O desafio é que temos muito alunos potentes incríveis e às vezes os recursos são limitados pra fazer com que esses jovens cheguem ao lugar mais alto do pódio. Às vezes o investimento pra passagens alimentação hospedagem são desafiadores”, conta Alan Duarte, fundador do projeto.
Desde 2014, o projeto oferece aulas de karatê, funcional, boxe e luta para crianças e jovens do CPX. Além disso, os atletas também acessam aulas de reforço escolar, preparo e desenvolvimento social, eventos comunitários e passeios culturais através do projeto.
Até 2024, foram cerca de 3500 crianças e jovens atendidos diretamente. Mais de 300 participam ativamente toda semana das oficinas. O impacto na vida de cada um é transformador. Em um cenário de tantas desigualdades, o esporte se torna um respiro e traz uma nova perspectiva para o futuro.
“Os jovens de favela têm um potencial gigante, mas não podemos ignorar o desafios que eles enfrentam sem espaços para eles se desenvolverem. Além de estarem com os problemas de famílias desestruturadas, a falta de educação de qualidade, a falta de acesso ao mercado de trabalho, a falta de saneamento básico e a violência da guerra entre facções e operações policiais vem trazendo desafios. As artes marciais é uma ferramenta incrível pra começar um diálogo com jovens de favela. Muita das vezes é a única oportunidade dele se desenvolver. Eu ainda lembro que, quando era jovem atleta, por muito tempo eu fazia as competições e às vezes o único abraço que eu tinha era do meu adversário depois da luta“, reflete Alan.
Abraçar campeões se tornou uma meta de vida. O projeto aceita apoio financeiro para continuidade nas participações dos atletas em campeonatos e conta com uma agenda cheia de novidades em 2025.